segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Alma brega

Apesar de hoje ser um semiferiado, por pouco não tive tempo de atualizar o blog. Fiquei horas numa sala de espera de um consultório médico (só não fui embora porque ia dar muito trabalho arrumar outro horário, mas fiz questão de deixar claro o meu desconforto quando finalmente fui atendida), resolvi coisas de casa (banco, buscar eletrodoméstico no conserto, etc), conversei sobre possibilidades de trabalho à tarde e depois fui à aula de yoga (maravilhosa, como sempre).
Não sei por que estou detalhando meu dia (amanhã terei ensaio/confraternização do madrigal; como é o meu primeiro encontro do gênero com a turma, estou curiosa), já que meu objetivo hoje é falar do show do grupo Alma de Gato, ao qual assisti ontem no teatro do Sesc Arsenal.
Acompanho o Alma de Gato há uns quatro anos e fico super feliz de ver como o público do grupo vem crescendo - e como esse público é fiel!
O show Populares em Geral - o melhor da MPBrega lotou o teatro nas três apresentações e será reapresentado no próximo dia 12 no Teatro da UFMT, que é bem maior.
Ele vem sendo preparado há meses e atendeu às minhas expectativas. Os figurinos estão quase sempre impagáveis, com destaque absoluto para os do baixo Renato Marçal, irresistível numa espécie de macacão estampado e com o cabelão ouriçado.
A escolha do repertório é ótima com direito a clássicos da música brega, como "Eu não sou cachorro não", "Pare de tomar a pílula", sucessos de Wando ("Você é luz, é raio, estrela e luar..."), Wanderley Cardoso, Diana e muitos outros intérpretes.
Os sketches entre os números musicais (quase sempre pout-pourris) são engraçados, ao estilo Alma de Gato (com algumas piadas pesadas), que aprendi a apreciar. Os rapazes continuam cantando muito e, desta vez, surpreendentemente, resolveram apelar para microfones individuais, talvez porque o estilo de música exija mais esforço dos intérpretes (estilo vozeirão).
Na minha opinião, o espetáculo só peca quando tenta se levar a sério, ou melhor, convencer a plateia da qualidade musical daquelas canções que marcaram época, comoveram, divertiram, mas são apenas clássicos ... do cancioneiro brega. O brega pode ser chique, divertido e ponto final.
Para provar sua tese de que a chamada música brega não era de má qualidade, o Alma faz um pout-pourri divertidíssimo (e bisado no final) com alguns sucessos da música popular recente que consideram de mau gosto, recorrendo a sucessos do grupo É o tchan e do funk (Creo, Eguinha pocotó,  etc). O resultado leva o público ao delírio graças à interpretação escrachada dos rapazes.
Para mim, muitas das canções interpretadas como pérolas da música brega (e que não seriam de mau gosto, de acordo com o Alma de Gato) poderiam tranquilamente estar nesse pout-pourri.
Mas não importa! O que importa é que o público deixa o espetáculo com a alma lavada depois de curtir um último pout-pourri que mistura as vinhetas dos programas que marcaram época e consagraram ícones da música brega, como Cassino do Chacrinha, Bolinha e Sílvio Santos.
Mais um sucesso na carreira no Alma de Gato!

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