quinta-feira, 12 de junho de 2008

Uma questão de saúde

Quero registrar neste espaço um caso ocorrido na semana passada em Cuiabá e que me foi relatado pela namorada do personagem principal. Eu vou contar "o milagre" sem dizer o nome do santo. O rapaz, que é motoboy, caiu da motocicleta por volta de 18h30m e, como achou que não tinha se machucado muito, preferiu subir no veículo e se dirigir à Policlínica de um bairro próximo. Chegando lá, segundo minha fonte, a recepcionista não lhe "deu moral" apesar de alguns machucados visíveis e disse que o médico só começaria a atender depois das 19h. O que fez a vítima? Pegou a moto, retornou ao local do acidente, recolocou a moto no chão, sentou ao lado e ligou para o Samu, que não demorou muito a chegar e o levou para o Pronto Socorro, de onde ligou para a namorada.
Aí começa o segundo capítulo desse caso que seria cômico se não fosse sério. O ortopedista que o atendeu constatou a fratura em cinco dedos do pé e aconselhou-o a não esperar pelo SUS. O médico orientou-o a procurá-lo num hospital particular onde faria o serviço "baratinho", isto é, pela "bagatela" de R$ 3 mil. O namorado de minha amiga preferiu investir na cirurgia logo do que esperar pelo serviço público e correr o risco de ficar aleijado, perdendo ainda mais dias de trabalho.
Não é minha intenção julgá-lo, afinal, os dedos e nem a dor são meus, mas apenas retratar uma cena urbana.

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