quarta-feira, 11 de junho de 2008

Questão de prioridade

Todo mundo que tem filho e um pouco de sensibilidade deve viver se questionando se está dando ou deu a melhor educação possível para ele (ou ela). Eu não fujo à regra. Na maioria das vezes, acho que mimo demais minhas filhas, hoje adolescentes. Não soube educá-las em termos de alimentação, organização da casa, etc. Por outro lado, elas são gentis com as pessoas, não são respondonas, são razoavelmente estudiosas, alegres e têm bom coração. Será que tenho direito de exigir mais?
Por que estou dizendo isso? Ontem à noite tive uma pequena discussão com minha filha mais velha, que agora botou na cabeça que precisa pintar o apartamento. Eu concordo que o apartamento precisa de pintura, de móveis novos, mas eu não sei como fazer. Vivo me equilibrando numa corda bamba financeira, num sofrimento que começa nos primeiros dias do mês e se estica até o próximo pagamento.
Em geral, eu me divido entre dois comportamentos extremos: ora me cobro demais por ter feito escolhas na vida que não me asseguraram um orçamento tranqüilo numa etapa em que já não sou exatamente uma menina (bondade minha!); ora caio numa espécie de vitimização em que me sinto vítima dessas mesmas decisões, movidas sempre por um ideal romântico e não muito apegado ao dinheiro.
Bom, no momento, estou procurando não cair em nenhuma dessas posições. Ou seja, estou procurando aceitar as decisões que fiz (isto é, me aceitar), valorizar as coisas boas conquistadas (moro num apê legal, embora a pintura esteja feia, e gasto dinheiro com coisas que julgo importantes) e pensar numa forma de equilibrar meu orçamento (é um absurdo o que venho gastando com juros bancários nos últimos anos).
Enquanto não consigo, o jeito é respirar fundo e mostrar para minha filha que há coisas mais importantes do que uma pintura descascada. E me convencer disso também.
PS. Não venham me dizer que pintar não é caro. Eu até quero fazer um orçamento para saber, mas no momento essa não pode ser minha prioridade.

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