quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Você tem tempo?

Há alguns dias uma parente distante e da minha idade "queixava-se" de que por não ter o que fazer assiste a todas as novelas de TV e fica feliz quando alguém a chama para fazer qualquer coisa.
Essa pessoa está afastada do trabalho (um emprego público) por questões de saúde, mas aparentemente está bem.
É estranho, vejo muita gente reclamando de falta de tempo para cuidar de si, para dar atenção aos amigos, e pouca gente reclamando de excesso de tempo.
Também tenho uma relação meio conflituosa com o tempo, que procuro administrar da melhor maneira possível: tenho bastante trabalho, mas procuro tirar um tempo para nadar, cuidar de mim (ir ao médico, fazer exames necessários, ir ao salão para alguns cuidados básicos), ter alguma vida social e afetiva.
Também me ressinto da falta de tempo, mas acho que prefiro reclamar de sua falta do que do excesso.
Se eu tivesse mais tempo e não ficasse tão paranoica com a questão de grana, gostaria de fazer tanta coisa! Ler mais, viajar mais, dedicar-me a trabalhos voluntários, voltar a estudar violão, praticar dança de salão, yoga, aprender alguma coisa nova, sei lá ...
Tem momentos em que me sinto cansada e me dá vontade de jogar tudo pro alto e simplesmente parar. Em outros, sinto o desejo de ter tempo, de ser muito nova para fazer tantas coisas! Pesquisar histórias, escrever livros, livros e livros. Ir atrás das pessoas que trabalharam comigo e com meu ex-marido no Pantanal, ver como estão, conversar com elas. Penso demais em todas elas e sinto um carinho enorme pelo tempo que compartilhamos em viagens complicadas por estradas de chão, cheias de água e lama,  e no dia a dia de uma fazenda isolada do mundo.
Eu queria ter tempo para mergulhar nessas lembranças relativamente recentes e transformá-las em literatura.
Do que mesmo eu comecei falando?
Bem, agora tenho que tomar banho correndo para ir ao lançamento do livro sobre imigração italiana da professora Cristiane daqui a pouco no Sesc Arsenal.

Nenhum comentário: