sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Chutar o balde

Por mais que eu esteja tentando me convencer de que minha vida é muito mais confortável e tranquila do que a da maioria das pessoas, hoje, sinceramente, gostaria de dar um chute no balde e conseguir relaxar plenamente por um fim de semana ou, pelo menos, algumas horas.
Quando digo relaxar penso em esquecer por algums momentos tudo que me apoquenta: o prazo para a entrega dos trabalhos freelancers, o desejo de ter uma situação financeira e profissionalmente mais confortável, a violência diária estampada na mídia e sempre à espreita, a preocupação sempre presente com as filhas (principalmente), parentes e amigos mais distantes.
Hoje vi a chamada para o quadro "De folga" (ou algo parecido) do telejornal Hoje e tive que sair correndo. Mostrava uma praia paradisíaca. Sei que não tenho o direito de reclamar (não estou reclamando, viu?), mas sinto tanta falta do mar. Já que estou longe dele e não tenho perspectiva de tê-lo a curto prazo, vou me consolar com minhas lembranças.
Um dos momentos mais lindos da minha vida foi vivido em Ubatuba, quando eu tinha 15 anos. Estávamos passando férias no litoral paulista e me lembro de estarmos - meus sobrinhos e eu, todos adolescentes - numa praia maravilhosa, sem outras pessoas à vista, numa tarde de verão. Que sensação boa! Éramos tão felizes! E olha que nessa época eu era um poço de timidez e não sabia como lidar com dois paqueras que se revezavam no posto de "amores daquele verão".
Outra lembrança maravilhosa é de um final de semana passado numa praia minúscula no litoral de Paraty. Pegamos um barco - uma amiga, eu, o namorado dela e o amigo do namorado dela - e acabamos passando duas noites na beira do mar. Minha amiga brigou muito com os borrachudos (insuportáveis); eu, mais mateira (embora criada no Rio), troquei a barraca por uma noite de sono ao relento, na areia, quase perto do mar. Hoje, não sei se teria coragem de fazer isso, mas naquela época éramos tão otimistas, tranquilos ...
Só para terminar a sequência "lembranças maravilhosas do mar", vou registrar outro fim de semana delicioso passado, também num acampamento, em Trindade, um lugar paradisíaco, às margens da Rio-Santos.
Claro que teve outros momentos maravilhosos, quase cotidianos, quando eu ainda morava no Rio de Janeiro, ou excepcionais como os quase 15 dias que passei atravessando o Atlântico em direção à Europa, quando tinha pouco mais de 17 anos e vivi minha primeira paixão. Já ia me esquecendo de mencionar uma viagem muito gostosa a Porto Seguro, pouco antes do Natal, numa época em que quase não havia turistas barulhentos.
Vou parar por aqui. Não sei se lembrar de tudo isso me deixou mais feliz ou ainda com mais vontade de chutar o balde ...

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