segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O mundo está mais nítido novamente

Sabe aquela história do bode na sala? Eu adoro.
Para quem não entendeu, vou tentar resumi-la: alguém estava com um problema e o sábio do pedaço sugeriu colocar um bode na sala. Passados alguns dias, a pessoa não aguentava mais os problemas acarretados pelo animal e foi se queixar ao sábio, que sugeriu, então, que tirasse o bode e, depois de fazer isso, o cara ficou feliz da vida.
Neste fim de semana encarei um bode. Na sexta-feira, coloquei um par de lentes de contato novas. Tudo parecia ir bem, mas à tarde meus olhos começaram a me incomodar muito. À noite, insisti no uso das lentes e fiquei desesperada com tanto incômodo. Acabei tirando a que estava incomodando mais e fiquei só com a da direita.
Acordei no sábado com os olhos irritadíssimos e demorei para conseguir contato com meu oftalmologista. Ele disse que provavelmente eu tinha pegado uma conjuntivite porque tudo estava bem quando examinou. Tentei ponderar que seria azar demais pegar uma conjuntivite exatamente no dia em que colocava lentes novas. Uma observação aos leigos: pegar conjuntivite quando se usa lentes de contatos gás permeáveis (rígidas) equivale a jogar as lentes fora. Mais um detalhe: minhas lentes custam caro porque não são descartáveis e são especiais para quem sofre de ceratocone (uma deformação na córnea).
Quase entrei em pânico, porém como o médico pondereu que não poderia me examinar (a clínica não estava funcionando naquele dia) e me passou um colírio, tentei relaxar e não pensar no pior. O colírio (Maxilerg) era um antiinflamatório e tanto servia para conjuntivite como para lesões na córnea (o que poderia ter ocorrido em função do mau uso das lentes no dia anterior).
No sábado, não usei as lentes, mas no domingo, como tinha um compromisso social que não queria perder, coloquei apenas a da direita (a velha, conforme recomendado pelo oftalmologista) e passei o dia razoavelmente bem, mas ainda angustiada com o que podia estar acontecendo.
Hoje, voltei no médico já convicta de que não estava com conjuntivite e ele confirmou que eu não tinha esse problema. Disse que estava tudo bem, mandou eu botar as lentes novas de novo, ficar meia hora lá para ver se não ia ter reação. Não tive e estou com elas até agora sem problema algum.
O que aconteceu na sexta? Não sei. Mas o bode saiu da sala. 
Vocês não têm noção de como é assustadora a ideia de ficar sem poder usar as lentes de contato para quem precisa tanto delas como eu. Tenho óculos que resolvem o problema em parte (embora eu deteste usá-los), porém eles não me dão a visão que tenho com as lentes.
Detalhe engraçado: meu oftalmologista disse que minha visão melhorou muito com as lentes novas (eu percebi). Ele disse que não se arriscaria a andar comigo dirigindo com as lentes antigas. Caramba!  Realmente, à noite, eu já não conseguia distinguir um cone de uma pessoa. Dirigia com o maior cuidado, mas andava muito insegura.
A gente critica as pessoas que se arriscam dirigindo sem ter condições ideais, mas quantas vezes a gente também não se arrisca?

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