Deixa eu me explicar melhor: quando eu era menina escrevi uma vez numa redação escolar que eu estava feliz como "um cabritinho saltando na relva". A relva me parecia na época a coisa mais bonita que podia existir no mundo: verdinha, segura, bonita.
Na vida real, dificilmente andamos na relva. O mundo está mais para "selva". Mesmo na cidade, o terreno é quase sempre acidentado e é preciso tomar cuidado para não cair.
Nas minhas temporadas no Pantanal, também era preciso estar atenta: além de tocos de pau, havia inúmeros perigos nas minhas caminhadas, principalmente cobras.
Mesmo no Parque Mãe Bonifácia, que amo de paixão, é preciso tomar cuidado: já encontrei cobras e até capivaras no meio do caminho.
Nem por isso a caminhada se torna menos gostosa.
Uma vez, num sonho, recebi uma "mensagem" do meu sobrinho Del, que morreu aos 26 anos: "Escolher o caminho mais difícil pelo simples prazer da aventura". Amei essa frase e a escolhi como uma espécie de talismã para minha vida. Mas, às vezes, pareço esquecer disso e fico ansiando pelo conforto e a serenidade da relva idealizada.
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