quinta-feira, 12 de março de 2009

Amor a dois

Desde ontem estou pensando no amor. Não que ele tenha acontecido para mim de uma forma especial. Ou melhor, venho diariamente querendo ampliar meu potencial de amor: às minhas filhas, aos amigos, família, casa, atividades, por andar meio descrente (embora não totalmente convencida) da dificuldade do amor entre duas pessoas (no meu caso, homem e mulher).
Dizem que a capacidade de amar não gasta, mas às vezes, vendo tantas pessoas que não tiveram a felicidade de um amor a dois, acho que já tive sorte bastante e que não posso esperar novas oportunidades. Outras vezes, penso que a vida fica muito sem graça se eu não acreditar nessa possibilidade e quero acreditar que ela pode chegar, assim de repente, desavisada, desde que eu esteja realmente aberta para essa eventualidade.
É aí que as coisas se complicam. Quando você amadurece ao lado de alguém, conserva geralmente a imagem da pessoa jovem, enxerga além da aparência, bota na balança pós e contras e, quase sempre, acaba mantendo a relação. E quando você tem que iniciar uma nova relação na maturidade? Fica bem mais complicado. Você enxerga seus defeitos (com lentes de aumento) e também os do outro. Compara-se com outras mulheres e se sente em desvantagem. Um comentário mal colocado, um olhar meio enviesado, qualquer coisa é suficiente para derrubar sua autoestima. E tem outro aspecto: os problemas de saúde vão aparecendo e você sabe que com o outro não é diferente. Conheço duas mulheres da minha geração que estão enfrentando problemas de saúde graves de seus namorados.
Uma outra pessoa do meu círculo de amizade, muito perspicaz, diz que não namora porque não quer ficar como suas amigas reclamando das "dores" dos namorados sessentões ou setentões.
Sem falar que os homens mais maduros andam imaturos demais, ou então estão cheios de problemas financeiros, com ex-mulheres, filhos, etc. Ou ainda, preferiram passar para o outro lado ou, se não passaram, exageram no seu lado feminino.
Se a gente pensar muito, fecha definitivamente para balanço. Mas, de vez em quando, a gente se distrai e acaba se envolvendo com alguém. Ainda bem.

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