Quanto mais vivo, menos entendo a humanidade. Vinha pensando hoje no caso da brasileira agredida na Suíça por três rapazes apontados como neonazistas. Esse caso, amplamente divulgado pela mídia, contraria toda a nossa lógica. A moça não é uma imigrante ilegal, tem trabalho, companheiro suíço e morava num país de primeiro mundo. Além disso, vivia um momento ímpar na vida de qualquer mulher: a primeira gravidez. Tudo isso desmoronou como um castelo de cartas com uma agressão covarde e gratuita, e o pesadelo que se iniciou com a frieza da polícia que deveria proteger qualquer cidadão, seja ele suíço ou terceiro mundista.
O que me doeu muito também foi o fato dela estar conversando com a mãe no celular no momento da agressão, fato que, inclusive, pode ter motivado a agressão, já que os atacantes, xenófobos, teriam ouvido a sua conversa numa língua estrangeira.
Eu penso tudo isso enquanto me preocupo com minha filha, de 19 anos, que viajou ontem para o interior de São Paulo, ao encontro de uma amiga. Ela foi de ônibus e é a primeira vez que viaja sozinha. O que pensar? Para quem apelar? Pra Deus? Mas por que Deus não protegeu a brasileira agredida na Suíça?
Sinceramente, não sei. Só sei que meu coração ficou (e ainda está) apertadinho quando minha filha, minutos após embarcar, me mandou uma mensagem pelo celular: "Te amo mãe". Nesse instante todas as reclamações anteriores por causa do atraso dela para descer e outras coisitas mais ficaram pequenas demais. Eu só conseguia pensar no imenso amor que tenho por ela e como gostaria que fosse ainda pequeninha para que eu pudesse pegá-la no colo ou puxá-la pela mão de modo a conservá-la perto de mim.
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