O Bêbado demorou para descer do ônibus. Já fazia algum tempo que o ônibus descansava na plataforma da rodoviária de Primavera do Leste. Aparentemente estava vazio até que surgiu o Bêbado, tão bêbado que mal conseguia descer as escadas do ônibus.
Ele desceu, tomou posse da bagagem retirada do bagageiro (mala e mochila) e ficou desorientado bem perto do ônibus. Mal se aguentava em pé e tentava sem sucesso se comunicar com as pessoas por perto.
Era um homem de 40 anos, com a aparência típica de trabalhadores rurais. Estava limpo, bem vestido e não chamaria atenção se não fosse por sua postura cambaleante.
O ônibus demorou para seguir viagem. O motorista tinha saído para jantar.
O Bêbado permanecia próximo ao ônibus, tentando se comunicar.
Finalmente, alguém chegou com uma informação para ele: em breve sairia outro ônibus para uma cidade mais ao norte, provavelmente seu destino final. O moço lhe deu as informações sobre o guichê onde deveria comprar a passagem.
Perguntei ao moço:
-Será que ele consegue chegar lá?
- Não sei. Também não sei se vão deixar ele embarcar nesse estado.
O Bêbado pegou a mala e a mochila e seguiu cambaleante na direção apontada pelo outro.
Perguntei ao funcionário do ônibus se o Bêbado já estava bêbado quando embarcou.
- Sim, mas ele não deu trabalho. Dormiu o tempo todo.
-Mas pode embarcar desse jeito?
-Não pode ...
Subi no ônibus para voltar a Cuiabá - confesso que estava aliviada por não ter que dividir espaço com um bêbado - e acabei sabendo por outros passageiros que o Bêbado deu trabalho sim. Não queria parar quieto e um moço acabou prendendo-o no banco com o cinto de segurança.
- Ele achou que eu era da Polícia - contou o rapaz.
- O moço que pega a bagagem disse que ele não deu trabalho ...
- Não deu trabalho? Não deu trabalho para ele que não estava aqui ...
Segui minha viagem pensando no Bêbado e até hoje, sinceramente, ainda penso nele. Será que chegou a seu destino? Será que chegou a algum destino? Por que será que bebeu tanto? Será que ele bebe tanto sempre?
Ele é só mais um bêbado entre tantos outros trabalhadores do campo, da cidade, que gastam em bebidas alcóolicas boa parte dos salários ganhos com muito suor.
Ele desceu, tomou posse da bagagem retirada do bagageiro (mala e mochila) e ficou desorientado bem perto do ônibus. Mal se aguentava em pé e tentava sem sucesso se comunicar com as pessoas por perto.
Era um homem de 40 anos, com a aparência típica de trabalhadores rurais. Estava limpo, bem vestido e não chamaria atenção se não fosse por sua postura cambaleante.
O ônibus demorou para seguir viagem. O motorista tinha saído para jantar.
O Bêbado permanecia próximo ao ônibus, tentando se comunicar.
Finalmente, alguém chegou com uma informação para ele: em breve sairia outro ônibus para uma cidade mais ao norte, provavelmente seu destino final. O moço lhe deu as informações sobre o guichê onde deveria comprar a passagem.
Perguntei ao moço:
-Será que ele consegue chegar lá?
- Não sei. Também não sei se vão deixar ele embarcar nesse estado.
O Bêbado pegou a mala e a mochila e seguiu cambaleante na direção apontada pelo outro.
Perguntei ao funcionário do ônibus se o Bêbado já estava bêbado quando embarcou.
- Sim, mas ele não deu trabalho. Dormiu o tempo todo.
-Mas pode embarcar desse jeito?
-Não pode ...
Subi no ônibus para voltar a Cuiabá - confesso que estava aliviada por não ter que dividir espaço com um bêbado - e acabei sabendo por outros passageiros que o Bêbado deu trabalho sim. Não queria parar quieto e um moço acabou prendendo-o no banco com o cinto de segurança.
- Ele achou que eu era da Polícia - contou o rapaz.
- O moço que pega a bagagem disse que ele não deu trabalho ...
- Não deu trabalho? Não deu trabalho para ele que não estava aqui ...
Segui minha viagem pensando no Bêbado e até hoje, sinceramente, ainda penso nele. Será que chegou a seu destino? Será que chegou a algum destino? Por que será que bebeu tanto? Será que ele bebe tanto sempre?
Ele é só mais um bêbado entre tantos outros trabalhadores do campo, da cidade, que gastam em bebidas alcóolicas boa parte dos salários ganhos com muito suor.
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