quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A barata

Ontem, cheguei em casa feliz e relaxada após minha primeira aula de yoga do ano. Trazia sacolas da compra feita no supermercado antes da aula.
Quando abri a porta, vi que tinha um inseto enorme na parede. No meu bom humor, imaginei que podia ser uma mariposa. Não era. Era uma barata, imensa, escura, assustadora.
Larguei as compras correndo em cima da mesa, fechei a porta e desci os dois andares de escada aos saltos na esperança de encontrar um salvador.
Como não encontrei, fui pedir ajuda ao porteiro. Fernando, meu novo heroi, prontificou-se a largar seu posto para me socorrer. Subimos as escadas correndo e mostrei a ele onde estava a barata, dizendo que eu iria ficar do lado de fora do apartamento porque morria de medo.
Ainda bem que ela permaneceu quietinha na parede.
O porteiro me pediu um chinelo. Eu me recusei a emprestar o meu e entrei para buscar outro chinelo na área de serviço e um inseticida em spray para o caso dela voar.
O Fernando continuou de olho no bicho.
Entreguei um lado de chinelo e o Detefon. Ele deu uma chinelada certeira na barata,  que, felizmente, não deixou nenhuma marca na parede. Pediu então uma pá para recolher o bicho. Eu peguei, mas pedi para ele levar a barata embora com medo de que não estivesse bem mortinha ou ressuscitasse no meio da noite, atormentando meu sono.
Dei-lhe um saco plástico que veio com as compras e ele se foi levando o cadáver no saco.
Tudo aconteceu muito rápido e ele foi embora rapidamente porque já tinha um carro esperando que o porteiro abrisse o portão eletrônico.
Serei eternamente grata ao Fernando. Vi que é um porteiro de valor que não se nega a ajudar moradores com medo de baratas.
Não sei o que acontece comigo. Meu medo de barata é insano e descomunal. Às vezes acho que ele está mais dominado, mas quando surge uma situação real de perigo vejo que não.
O curioso é que está fazendo 10 anos que me mudei para esse apartamento em Cuiabá e, salvo engano, é a segunda vez que enfrento uma situação semelhante. Da outra vez, pedi socorro ao vizinho.
Fiquei até tentada a buscar significados ocultos para esse episódio.
Uma lição ficou clara para mim: acho que posso confiar mais nas pessoas.
Apesar do contrasenso, de alguma forma eu me senti protegida.

2 comentários:

Dete disse...

Oi Martha,
Desculpa mas achei engracado. Medo dos outros 'e sempre engracado, ne? Mas o da gente... Bjs

Martha disse...

Mas eu também acho engreçado ...
Depois que ela está morta, é claro!
Bjs