segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Música do Mato


Ontem assisti a um espetáculo daqueles de lavar a alma. O teatro do Sesc Arsenal estava lotado e o público entusiasmado, super sintonizado com os artistas no palco.
O show começou com a apresentação de Branco Barros, músico que traz em suas composições o clima do Araguaia. Muito comunicativo, convidou de cara a plateia para entrar no clima do Araguaia. Cantou o rio, um romance entre a Terra e a Lua, os índios Karajá, a luta pela terra ... Sua apresentação durou cerca de meia hora e teve direito a um bis. A noite começava bem ...
Em seguida, veio o músico Jabas Bueno, de Rondonópolis, e seus amigos, Jhuan (cantor, compositor e violonista) e Jean (percussionista). Para mim - e a maior parte do público - era tudo novo e não é que o som dos caras era bom pra caramba! Eles apresentaram umas oito canções, tudo de larva própria (era essa a proposta do festival). Como definir o som? Pop? Rock? Blues? MPB? Algumas canções falavam de coisas corriqueiras: brincadeiras de criança, a mania que certas mulheres têm de comprar sapatos que nem sempre vão usar e levar pra casa uma muda da planta da vizinha. O show foi muito bom e também conquistou o público.
Lá pelas nove horas começou o show do grupo mais esperado da noite: Monofoliar. Quem aprendeu a gostar do som de Estela Ceregatti, Jhon Stuart e Juliane Grisólia fica meio bobo, viciado mesmo. É uma música tão bonita e sempre tão surpreendente aque pega a gente pelo pé, pelo ouvido, pelo corpo todo ... Tem música instrumental, música com letra, mas tudo vem embalado com arranjos sofisticados, inovadores.
Estela, com sua voz poderosa e gestual forte, meio que domina a cena, mas faz questão de frisar a importância do grupo nas composições e arranjos. Talvez seja por isso que o trio funcione tão bem, como um triângulo que tem um vértice e duas pontas firmes e não menos importantes: a percussionista Juliane, sempre precisa e criativa, e o multi-instrumentista Jhon, que se divide entre piano, contrabaixo, percussão e escaleta.
Alguns temas já são familiares ao público mais habituado às apresentações do grupo, mas ontem tivemos surpresas como uma nova canção, recém-parida, como anunciou Estela.
Foram duas horas de espetáculo totalmente de graça. Dizem que no sábado o show do Festival de MPB Música do Mato - Didi Ruelles, Joelson Conceição e Vítor Meirelles - também foi magnífico.
Bom saber que tem tanta gente boa produzindo música do mato da melhor qualidade.

PS. A tempo, quero registrar alguns aspectos positivos do show de domingo: a presença das esculturas em barro de Rosylene Pinto (a mulher mais versátil e cheia de energia de Cuiabá) e do poeta - vou atrás do nome dele para registrar aqui - maravilhoso, que realmente domina a arte de declamar, surpreendendo o público a cada verso.

3 comentários:

Fuzuê das Artes disse...

Obrigada Martha pela lindas palavras foi sensacional o Show, e agradeço imensamente aos organizadores do Eventos Estela Ceregatti e Carol Barros pelo convite para expor minhas esculturas, amei, bjos a todos

Cidade disse...

Martha!
Era o Jabas, o Jhuan e o Jean.

Martha disse...

Obrigada pela informação. Já inclui a informação no texto. Agora só falta descobrir o nome do poeta.