segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nostalgia

Ainda não aterrissei totalmente em Cuiabá depois de minha rápida ida ao Rio. Já estou em plena atividade, trabalhando bastante e com pouco tempo disponível, mas mesmo assim estou com uma sensação estranha, como se tivesse vivido um sonho por alguns dias: o de viver numa cidade que me encanta apesar dos pesares.
Tenho que tomar um certo cuidado com as palavras já que moro em Cuiabá e não quero ferir suscetibilidade, mas confesso que ando me sentindo meio sem chão e sem tesão de correr atrás das coisas.
Estou com preguiça de falar, de escrever, de me expressar ... Até de cantar.
O que mais me encanta no Rio? O clima, a brisa, a descontração e a diversidade das pessoas, as árvores das ruas e avenidas - e suas sombras, os prédios antigos, os monumentos que evocam tantas lembranças em mim, meus sonhos, meus ideais que foram sendo perdidos pelo caminho.
Vir para Mato Grosso me possibilitou o encontro de um grande amor - já perdido pelo caminho - e o nascimento de dois grandes amores, que ainda estão comigo (minhas filhas).
Uma ladeira ligando a Lapa à Santa Teresa, decorada com azulejos do artista Selarón:
 uma descoberta e tanto numa tarde de carnaval no Rio
Às vezes me pergunto como seria minha vida se tivesse permanecido no Rio. Sei que é um exercício tolo e sem sentido, mas tem um lado reconfortante: eu não abriria mão de ter vivido nada do que vivi em Mato Grosso (a grande paixão, anos de um amor que parecia eterno, a maternidade). Provavelmente eu me tornei uma pessoa menos preconceituosa e mais flexível, mas às vezes sinto saudades de mim mesma ... Da Martha colorida, jovem, idealista, de posições firmes, que sonhava com revoluções e acreditava que era possível mudar o mundo.
Amadureci, endureci. 
Como manter a chama acesa dentro de mim?
Como reabrir meu coração para o amor?



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