segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Conectividade

Já passou da hora de tirar aquele homem estranho da "capa" do meu blog (o vereador cara de pau, citado no último post).  O fim de semana, pra variar, passou rápido demais e nem me animei a escrever.
Ando numa viagem meio psicanalítica. Nesses momentos, dá uma certa preguiça de falar, um temor de me expor.
Sinceramente, ando meio farta desse excesso de informação e falação na net, para a qual contribuo de alguma forma. Facebook, twitter, blog - tudo isso vicia.
Não sei se conseguiria hoje ficar um mês no Pantanal, como chegava a ficar no final dos anos 80/início dos anos 90 - os primeiros anos da minha nova vida mato-grossense.
Lá, meu único contato com o mundo midiático era através do rádio convencional (a Rádio Jornal, de Cáceres, que trazia notícias da cidade e levava recados das fazendas do Pantanal) e do rádio amador, através de uma central estabelecida no Sindicato Rural. Assistíamos a um pouco de TV no horário em que o motor (a diesel) funcionava e foi a época da novela "Pantanal" da Rede Manchete.
Fora isso, meu convívio se restringia às pessoas da família (meu ex-marido e minhas filhas, que foram chegando nessa época), eventuais visitantes e aos empregados, que não eram de muito falar.
Pode parecer loucura: mas tenho tantas saudades desse tempo!
Hoje, tenho internet quase 24 horas, celular que me permite falar e ser localizada a qualquer momento e como me sinto sozinha de vez em quando!
É claro que nem tudo eram flores . Era duro ficar isolada, a 170 km de estrada de chão da cidade. O calor era quase sempre sufocante, as tempestades assustadoras e havia os bichos - baratas, morcegos, mosquitos, em proporções e momentos diferentes - a incomodar.
A vida da gente muda muito e, é claro, que a cada momento surgem novos desafios, dificuldades e motivos de felicidade. O meu maior desafio, neste momento, ouso dizer, é voltar a acreditar - em mim, no futuro, na humanidade, no amor.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Essa frase de Fernando Pessoa foi escrita no meu caderno por uma colega do JB no jantar de despedida, quando deixei o Rio de Janeiro. (Aliás, será que o perdi?). Será a minha alma pequena? Acho que não.

2 comentários:

Anônimo disse...

Claro que não é pequena! Essa conectividade toda é paradoxal mesmo. Também sinto isso e às vezes penso que a vida podia ser diferente se eu não passasse tanto tempo conectado.
Bj
Ah! não posso me queixar quanto à minha casa, mas também não é o que parece ser. Moro na divisa de Americana e Limeira, perto do Rio Piracicaba. Não é dos melhores bairros, só por isso consegui comprar. Quer dizer, ainda falta pagar umas 20 prestações né...rs

Martha disse...

Vc acabou de me dar o título certo para o post. Grata!
Quanto à casa, relaxe! É importante ter um cantinho bom pra viver. Ainda não achei o meu. Pensei que tinha achado há uns 10 anos, mas estava enganada. Foi um cantinho passageiro, embora tenha deixado muitas marcas. Detalhe: a casa de Cáceres ainda é minha e das minhas filhas.