terça-feira, 12 de junho de 2012

Quase aniversário




Hoje deveria ter começado a comemoração do meu aniversário, de uma forma singela. Faço yoga na academia Golfinho Azul e tenho frequentado a turma de yoga de 7h da manhã. Uma aluna percebeu que tinha várias aniversariantes em junho e ficou combinado na semana passada que levaríamos alguns petiscos para comemorar nesta terça-feira. Achei a iniciativa legal e ontem passei numa padaria para comprar salgadinhos, a parte que me coube. 
Para minha frustração, vi na hora de dormir que havia uma mensagem da minha professora dizendo que a "festa" tinha sido adiada para quinta-feira. Fiquei sabendo hoje que a mudança se deu pelo fato de uma das aniversariantes estar viajando.
Como salgadinhos são sempre uma tentação, minha filha mais velha e eu já começamos a comê-los hoje no café da manhã, o que significa que terei que comprar mais salgadinhos para quinta-feira. Mas já avisei (desde o início) que não sei se vou conseguir ir à aula na quinta porque pretendo comemorar meu aniversário (13 de junho) amanhã no Chorinho, sem fazer alarde, de uma forma suave. Eu nem ia levar bolo, mas duas amigas (Sílvia e Luana) me convenceram a fazê-lo. Espero que apareçam por lá para compartilharem o bolo (de Sonho de Valsa).
Apesar de uma certa estranheza causada pela mudança do Chorinho de lugar, o bar Choros & Serestas continua sendo meu lugar preferido em Cuiabá para sair à noite. Onde mais posso cantar acompanhada do violão 7 cordas de Marinho (e ainda receber cumprimentos de pessoas que nem conheço)? Onde mais posso conhecer gente nova, dançar, paquerar, me divertir?
Estava meio desanimada com esse meu aniversário, mas me dei conta de que fazer anos não deve ser encarado com uma coisa ruim, a ser escondida. Bom mesmo é chegar aos 56 anos (é um belo número, não?) com saúde e a sensação de ter percorrido um lindo caminho, mesmo que nem sempre eu fique satisfeita com o lugar onde estou neste exato momento. Quando falo em lugar não estou me referindo à uma mera questão geográfica, de cidade, e sim a tudo: posição social, financeira, afetiva, profissional, etc.
Outro dia foi engraçado: eu conversava com três caras de gerações diferentes no Chorinho e o assunto era futebol por causa do amistoso da Seleção Brasileira contra a Argentina. Aí eu comentei que para mim, que tinha assistido aos jogos da Seleção de 70, era meio estranho falar de uma seleção como a atual. A Seleção Canarinho impunha respeito aos adversários e  a gente jamais terminaria um jogo aliviada por tomar apenas três gols de Messi. Um dos rapazes ficou admirado: "Ah, você não viu a Seleção de Pelé jogando!?!" Talvez ele quisesse apenas fazer a corte, mas o fato é que eu vi e foi muito bom.
Assim como assisti aos festivais da canção nos tempos áureos, assisti ao início e ao fim da ditadura militar, à "volta do irmão do Henfil e tanta gente que partiu". Enfim, vivi o medo, a esperança, a decepção, muitas emoções, tristezas e alegrias. Tudo isso faz parte de mim, da minha história. É a minha bagagem, que não precisa ser pesada, mas também não pode ser ignorada.

2 comentários:

Jane disse...

Que texto lindo...! Tão cheio de passado, de lembranças, de presente, de esperanças. Assim é que se fala... Parabéns!

Martha disse...

Obrigada pelos elogios e os parabéns! Tomara que esse alto astral perdure!