domingo, 5 de fevereiro de 2012

Questão de luxo

Acabei de escrever uma matéria sobre luxo. Não sei se o resultado vai agradar minhas "editoras", mas tentei fazer o melhor. Refletindo sobre o tema, eu me dei conta da relatividade do termo luxo.
O que é luxo para mim e o que é luxo para uma pessoa que tenha sido expulsa do Pinheirinho, em Sâo José dos Campos ou para alguém que está hoje na Síria, no Egito, no Afeganistão ou em qualquer país do mundo assolado pela fome? 
Em outra matéria que fiz, sobre conectividade, um amigo entrevistado, Marcos Bidart (o Marquinhos que se sentava perto de mim nas aulas da turma do Clássico no Colégio Santo Inácio), falava sobre a ilusão que as mídias sociais às vezes nos dão em relação à atuação no mundo. Sabemos de tudo que acontece em tempo quase real e somos levados a achar que estamos fazendo a nossa parte apenas por compartilharmos uma imagem ou um link de protesto. Falou também sobre a quantidade de causas disponíveis: quais vamos abraçar? Em qual delas vamos nos engajar se é que temos a intenção de mudar alguma coisa?
Na sexta-feira, assisti a uma palestra de Divaldo Franco, que dispensa apresentações. Sinceramente, fiquei decepcionada. De tudo que ele falou - e olha que prestei muita atenção - o que me ficou foi a ideia de que mais importante que ser amado é amar. Amar os outros pressupõe, pelo que entendi, que você já se ama e, portanto, deixa de importar se alguém te ama. As pessoas que precisam tanto ser amadas na verdade revelam insegurança, baixa autoestima, etc. Interessante.
É claro que ele falou muito sobre Jesus tendo como ponto de partida a criação da obra "Messias" de Haendel. Achei bacana a história, mas ela pressupõe um componente de fé - a certeza de que algo ou alguém superior vai nos enviar alguma coisa importante no momento certo - do qual, infelizmente, não disponho no momento. Por isso, prefiro exercitar a ideia do amor como razão de minha existência aqui na Terra. Quem sabe chego a uma consciência maior algum dia? Acho que esse seria o meu grande luxo no momento: ter fé, serenidade, paz e vivenciar plenamente o amor.

6 comentários:

Blog do Akira disse...

Martha,

Li uma baciada de últimas postagens do "Cá entre nós". Atualizei a leitura e constatei uqe voce está escrevedndo cada vez melhor.

Um abraço do Akira.

Martha disse...

Obrigada, Akira! Um abraço.

Anônimo disse...

Você é uma mulher inteligente, consciente e já dispõe do que pressupõe não ter. Vivenciar plenamente o amor é a nossa única missão e, por enquanto, via de mão dupla. Isso não é luxo.

Martha disse...

Será que estou com essa bola toda? Mas valeu o comentário! Como sempre ...

Unknown disse...

Oi Martha querida. Adorei me ver citado com tanta propriedade. Retrato fiel do que eu disse. Think globally and really act locally. Join a cause

Martha disse...

É isso aí!