quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sonhando com o Cantorum

Hoje quero fugir do clima deprê que tem imperado neste blog, embora a gente sempre possa escolher falar  de coisas boas ou ruins (pelo menos, por enquanto). Depende do feeling do dia.
Ontem fiz definitivamente (oh palavra maldita!) a paz com o Cantorum, aquele coro que foi minha paixão em 2008 e que deixei de lado no final do primeiro semestre de 2009. A noite estrelada e fresca, nada típica de Cuiabá, estava convidativa e tornou menos tenebrosa a chegada ao Morro do antigo Seminário(onde acontecem os ensaios), que continua sem luz no pátio.
O ensaio rolou gostoso e foi bastante proveitoso. Começou com o "Sanctus" de autor anônimo (eu me esqueci de que século), que o coral já domina; prosseguiu com o aprendizado do belíssimo "Kyrie" do padre carioca José Maurício Nunes Garcia (do barroco mineiro) e terminou com "Panis Angelicus" do belga César Frank (do período romântico), que é muito bonito de cantar. 
Sou a única do grupo que não frequenta uma igreja e nem posso dizer que acredito em Deus e, naturalmente, gostaria de um repertório menos sacro. Mas, religiões à parte (me dá calafrios imaginar o que os padres regentes faziam com seus pequenos cantores nos internatos da vida ao longo dos séculos), a música sacra é belíssima. É música e ponto final. É maravilhoso ver as vozes soando juntos e construindo a harmonia imaginada pelo compositor. Eu imagino o Cantorum crescendo e se apresentado pelas cidades do interior de Mato Grosso e, quiçá, de outros estados. Mas o importante seria levar música erudita e informação a populações que só conhecem o pior da música popular.  Será que isso já é sonhar demais?
De qualquer maneira, é bacana ver a paciência e a satisfação de nosso regente e diretor André Vilani com o progresso dos integrantes do coral, quase todos muito jovens e simples. Gente que provavelmente sai de casa cedo para estudar ou trabalhar e, por um estranho motivo, adora cantar - como eu.

Mais luz para o Bom Despacho!

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