domingo, 8 de dezembro de 2019

Sobre coalas e cangurus


Uma amiga jornalista me perguntou sobre cangurus e coalas, e prometi que escreveria um post sobre esses animais que são a marca registrada da Austrália. Qualquer evento internacional envolvendo Austrália tem um canguru ou um coala ao lado da logo.
Na primeira ida a Brisbane, visitei o Jardim Zoológico. Foi o meu primeiro contato com cangurus e coalas, e na oportunidade vimos mais um monte de animais típicos de qualquer zoológico do mundo: macacos, elefantes, zebras, girafas, tigres (o que mais me impressionou).
Desta vez visitamos em companhia de amigos o Lone Pine Koala Sanctuary, situado a 12 km de Brisbane. Como o passeio aconteceu no meu segundo dia de viagem, estava ainda sob efeito do jetlag, mas foi bem legal.



Paguei 42 dólares australianos (o equivalente a cerca de 120 reais) pelo ingresso no parque no qual permanecemos por aproximadamente duas horas e meia. O Santuário foi aberto em 1927 e, de acordo com o site koala.net (que eu deveria ter lido antes de visitar), foi criado para abrigar coalas órfãos, machucados e doentes numa época em que esses animais eram abatidos visando o comércio de peles.
Vimos vários coalas em suas gaiolas (eles parecem comer ou dormir o dia inteiro) e decidimos não tirar fotos com um deles no colo. Confesso que me arrependi. Não estou certa quanto ao preço agora, mas era caro (35 dólares australianos) e eu estava recém-chegada à Austrália, ainda bastante assustada com os gastos que viriam inevitavelmente ao longo de mais três semanas. Mas conseguirmos tirar "casquinha" de um coala, que estava disponível para fotos free no colo da funcionária do Santuário. Não foi igual a carregar e tirar uma foto agarradinha com um coala, mas deu uma sensação de proximidade. 



Fiquei especialmente tocada pelos coalas depois que voltei ao Brasil e vi reportagens sobre o sofrimento desses animais (os que estão soltos na natureza) durante os incêndios florestais que castigaram a Austrália em outubro/novembro.
Na verdade, penso que o pobre do animalzinho está se lixando para tudo e acho meio exploração cobrar tanto por uma foto, porém, refletindo um pouco mais, talvez seja uma forma de obter renda para cuidar de mais coalas. Sei lá. Teria que conhecer melhor os responsáveis pelo santuário para tirar minha conclusão.
Após o breve contato com um coala de verdade, percorremos o santuário em busca de outros animais, como o dingo, um cachorro que é considerado nativo da Austrália, embora não seja uma espécie nativa. Segundo o site do Santuário, os primeiros dingoes teriam chegado ao país há 3.500/4000 anos com colonizadores asiáticos, de barco. Outra curiosidade que acabei de aprender: eles não latem, embora emitam sons.


Foto do site koala,net
Vimos outros animais típicos da Austrália, mas o ponto alto do passeio foi a área dos cangurus. Outra informação interessante: somente nessa reserva há quatro espécies diferentes do que nós, brasileiros, chamamos de cangurus. Conhecemos red kangaroos (cangurus vermelhos), eastern-grey kangaroos (cangurus cinzas), swamp wallabies e red-necked wallabies.  Aqui cabe um parênteses sobre a diferença entre canguru e wallaby: eles são parentes, da mesma família de macropodidae e da mesma subclasse de marsupiais, porém o wallaby é menor e menos famoso que seu primo. 

Marina, minha filha, e sua amiga Sibele (amiga do curso de Agronomia da Unesp/Jaboticabal, que está estudando inglês em Brisbane) e o maior canguru que vimos no santuário.
Ficamos mais de meia hora passeando entre cangurus e wallabies e, diante, de sua placidez, até nos questionamos se estavam dopados. Mas acabei de ler no site do Santuário que eles são "naturalmente calmos e dóceis". Além disso, por serem de uma "espécie crepuscular", são mais ativos de manhã cedo e no final da tarde. Isso explica porque eles estavam tão paradões na hora de nossa visita, que foi por volta de 13h (no início da tarde). Vi pessoas se aproximando deles, fazendo selfies, até abraçando os cangurus. Não cheguei a tanta intimidade, mas consegui me aproximar o suficiente para uma foto.





É o que tenho para contar sobre esses animais singulares e que ainda me desconcertam. Super recomendo a visita ao Lone Pine Koala Santuray e acredito que na minha próxima visita à Austrália vou interagir mais com coalas e cangurus. Quantos às baratas, espero apenas aprender a ignorá-las. 



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