quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Música em Brisbane

"Retorno" hoje a Brisbane em busca de lembranças que gostaria de compartilhar com mais pessoas. Realmente, Brisbane - apesar das baratas - é uma cidade fascinante!
Hoje vou falar sobre música. Quem me conhece sabe quanto amo e valorizo a boa música e, principalmente, adoro música ao vivo, músicos de rua. 
Na primeira viagem que fiz à Austrália, visitei várias cidades litorâneas e me encantei com a quantidade de músicos de rua, que se apresentam em troca de doações dos transeuntes. Até flertei com a fantasia de me ver mais jovem tocando violão e cantando na rua a boa e velha MPB. 
Desta vez, eu me deparei menos com artistas que me fizeram interromper a caminhada e até teve um que me provocou efeito o contrário: vontade de andar mais rápido. Se não me falha a memória, isso aconteceu no Centro de Sydney, onde um rapaz cantava um desses hits de desenho animado da Disney a plenos pulmões com acompanhamento mecânico.
Mas os músicos que deixaram melhor impressão em mim nesta temporada foram um brasileiro e o duo australiano Cadence Guitar, formado por Justin Husband e James Diamond. Também vou incluir nessa lista uma jovem que cantava e tocava violão num bar de rua em plena City, em Brisbane.  Voz deliciosa, repertório idem e aproveito para fazer uma observação: não foi cobrado couvert artístico.  Aliás, outro fato curioso: em Brisbane, você não paga para entrar em bares com música ao vivo. Acredito que o cachê dos músicos seja pago diretamente pelos bares. Isso permite, por exemplo, que você percorra vários bares numa mesma saída sem se preocupar com gastos com entrada ou couvert, já que paga somente pelo que consome. Numa mesma noite, fui a três bares diferentes com uma amiga de Cuiabá que está morando lá e só não fomos a um quarto porque perdemos a noção da hora: quando chegamos lá já passava de meia-noite e o bar já estava fechado, infelizmente.
Mas voltemos aos três músicos citados no início do texto. Na primeira semana em Brisbane, visitamos Eat Street Northshore, na noite de sexta-feira.  Foi um dos melhores programas que fiz nesta temporada! Comida excelente e variadíssima, de todas as partes do mundo, inclusive, do Brasil (galinhada e moqueca)! É claro que preferi provar petiscos de outros lugares. Cervejas, vinho, doces e sorvetes maravilhosos!  
Mas o melhor da noite para mim foi uma dupla de violonistas que estava se apresentando num palco secundário. Fiquei completamente hipnotizada, quase em êxtase com o repertório (clássicos da música instrumental), a destreza e a musicalidade dos rapazes. Foi mágico! Quem conhece o LP Friday Night in San Francisco (1981) com Al DiMeola, John McLaughlin e Paco de Lucia sabe do que estou falando. 
Quando tentei fazer um registro com meu celular mais de perto, os dois pararam e fizeram pose, achando que eu estava fotografando. O resultado foi bem engraçado.







Nossa cara de felicidade depois de comer e beber bem, e ainda escutar música da melhor qualidade.


Outra surpresa veio também numa sexta-feira quando fomos à inauguração na City do novo café de Cleberson, um brasileiro divertidíssimo que mora há anos em Brisbane. Minha filha Diana trabalhou para ele por um  breve período há algum tempo e eles ficaram amigos. A inauguração começou às 16h e terminou depois das 21h, Teve cerveja, champanhe, vodca e comida à vontade, mas o que mais me encantou foi a música. 


O alegre encontro de dois botafoguenses em Brisbane: o baiano Cleberson foi zagueiro do Botafogo, no Rio de Janeiro, e hoje trabalha e vive na Austrália com a mulher neozelandesa e as filhas. Foto de Diana Graça.


Um amigo de Cleberson, o brasileiro Maurício Hosi, um paulista radicado em Brisbane há muitos anos, fez um som maravilhoso (empolgante) na guitarra. Tocou pop (tipo George Benson), música brasileira num estilo que me encanta - uma mistura de Joe Pass e Hélio Delmiro. Um som vigoroso, mas extremamente melódico e harmonioso. Coisa fina! 
Gostaria de ter mais histórias boas para contar e tenho certeza de que Brisbane esconde tesouros e grandes músicos até por ser uma cidade tão cosmopolita. 
Nessa quinta-feira que vaguei pela noite com a amiga Caroline Peron fomos a um bar onde se ouve e se dança salsa em pleno Fortitude Valley, e a dois bares com bandas de rock and roll. 
Da próxima vez, vou realizar um desejo: visitar um piano bar. 


2 comentários:

Unknown disse...

Boas lembranças e o amor incondicional a música.

Vera Capilé disse...

Martha fico encantada por sua paixão a boa música! E que sensível sua forma de falar da música!
Meu pai sempre foi Botafoguense! Passou a paixão a meu irmão e este aos filhos! E viva a música e o Botafogo!!!!!