sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Moscas volantes 2 - O retorno


Em julho de 2012 escrevi o post que, talvez, tenha provocado mais comentários na história deste blog. O tema? Moscas volantes. 
Na época, tinha acabado de ter meu primeiro contato com esse problema. 
Acredita que, com o tempo, eu me esqueci das moscas volantes? Ou será que me habituei com elas?
A novidade é que elas voltaram com força total no último domingo. Estava na coxia do Cine Teatro Cuiabá durante a apresentação do espetáculo "Somos Coro Experimental", no qual atuei como coralista e atriz, quando percebi algo estranho na minha vista esquerda. Houve momentos em que parecia que tinha uma barata ou algum inseto se locomovendo no chão do teatro. Tudo ilusão de ótica!
Desta vez, eram mais do que moscas, pareciam verdadeiras teias de aranha. E vieram também os flashes de cor amarela no canto do olho esquerdo. 
Fiquei assustada, mas foquei no espetáculo. Já tinha muito com que me preocupar naquele momento. 
No dia seguinte, acordei exausta e, ao perceber que elas continuavam lá (as manchas), liguei imediatamente para a clínica do meu oftalmologista. Ele está de férias e só volta no próximo dia 13. Só consegui horário com outro oftalmo da mesma clínica na quarta-feira de manhã.
Confesso que fiquei bem preocupada. Comecei a ler sobre o assunto na internet e as informações são assustadoras: moscas voltantes podem ser sinal de descolamento de retina. Não precisa dizer mais nada. 
Segundo o site do Instituto Brasiliense de Olhos (Inbol), moscas voltantes são condensações da gelatina do olho, denominada vítreo ou humor vítreo - um fluido gelatinoso e transparente que preenche a cavidade interna do olho. O site do Conselho Brasileiro de Oftalmologia define moscas volantes como pequenos pontos escuros, manchas, filamentos, círculos ou teias de aranha que parecem mover-se na frente de um ou de ambos os olhos. Esse site (cbo.net.br) explica bem o problema, que é, em geral, associado à idade e à miopia. Tenho os dois fatores contra mim.
Fora o incômodo de ficar vendo as manchas se moverem, o grande risco é haver um rasgo na retina, que pode levar ao descolamento da dita cuja e, consequentemente, à cegueira.
Diante de tudo isso, consegui manter a calma e levar a vida com uma certa normalidade até quarta-feira somente depois de ler o meu próprio post neste blog. Se já padeci do problema num passado recente e não tive consequências piores, por que haveria de ter agora?
Com este pensamento positivo, fui ao Instituto Mato-grossense de Oftalmologia (IMO) na manhã de quarta-feira. Fui atendida pelo dr Luís Arthur, que foi muito gentil e fez os exames necessários (dilatou minhas pupilas e examinou-as minuciosamente com uma luz bem forte). 
Depois de algum tempo de espera - necessário para a dilatação das pupilas, exames, etc - veio o diagnóstico: ele percebeu um pequeno rasgo na retina e chamou seu colega, dr Rodrigo (especialista em retina) para me examinar. O dr Rodrigo confirmou a suspeita e disse que faríamos um procedimento com laser para fechar o buraquinho (palavras minhas, não dele, obviamente).
Mal tive tempo de almoçar e já fui submetida ao procedimento, que não chegou a doer, mas foi bem desagradável. O duro foi relaxar e manter a cabeça firme enquanto era submetida ao laser. Haja prática de Yoga nessa hora!
Saí de lá mais aliviada diante das informações de que não precisaria me privar de nada. O médico só recomendou que não colocasse a lente de contato no olho esquerdo naquele dia. Terei um retorno no dia 9.
Retomei minha vida normal desde ontem, porém confesso que ainda estou angustiada, embora muito agradecida. Afinal, consegui ser atendida razoavelmente rápido e fiz o procedimento necessário para evitar um problema maior. O IMO entrou em recesso ontem. Ou seja, por um triz não fiquei a ver navios, ou melhor, moscas volantes com risco de descolamento de retina.
O mais estranho nessa história toda foi que durante o tempo de espera na clínica fiquei conversando com uma conhecida de Cáceres que teve esse problema em um dos olhos e, por não ter sido atendida de forma adequada na época e a tempo, perdeu 90% da visão de um dos olhos. Ela fez muitos elogios ao dr Rodrigo, que hoje é seu médico, com quem faz acompanhamento para evitar que o mesmo problema ocorra no outro olho.
Diante dos caos da saúde pública no Brasil, eu me pergunto: quantas pessoas não perdem a visão parcial ou totalmente por falta de um atendimento adequado por problemas semelhantes a esse ou por falta de informação?
Por isso compartilho mais uma vez minha experiência com as moscas volantes. Minha intenção não é assustar ninguém, mas chamar atenção para um problema aparentemente bobo que pode levar à perda da visão. 
Ah, no episódio de 2012, elas apareceram no olho direito. Não consegui encontrar nenhum imagem na internet que reproduza as "minhas moscas", por isso usei a mesma imagem utilizada no post de 2012. 

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