sábado, 7 de dezembro de 2019

Descobrindo Sydney - Parte 2




Nosso terceiro e último dia na maior cidade da Austrália começou com o clima muito incerto. O voo de volta a Brisbane estava marcado para o final da tarde, porém tínhamos que fazer o check out antes do meio-dia. Por isso optamos por tomar um bom banho e já arrumar as malas para deixar na recepção, de modo a ficarmos mais livres ao longo do dia.
Após uma rápida troca de ideias com a recepcionista do Boutique Hotel para sabermos se estávamos devidamente agasalhadas para o clima, deixamos o hotel e decidimos seguir a pé até Darling Harbour - um dos pontos turísticos da cidade. Pensa num vento gelado!!! Como sempre, as meninas se guiavam pelo Google Maps e eu preferia o velho e bom mapa de papel que ganhei no hotel.
O detalhe desse dia - que fez toda a diferença - é que era Melbourne Cup.  Na primeira terça-feira do novembro, os australianos param para assistir ao que chamam "the race that stops the nation". É feriado nacional no estado de Victoria, estado onde está situada a cidade de Melbourne - a segunda maior da Austrália, situada mais ao sul do país. As corridas de cavalo acontecem em Melbourne, mas o país não só pára para assistir ao evento, como se veste como se estivesse indo ao hipódromo. As mulheres usam chapéus bizarros e seus melhores vestidos, e circulam pelas ruas de sapatos altos, de salto fino. Os homens vestem ternos, blazers, alguns usam gravatas borboletas. É um desfile de moda e os bares faturam com isso, criando eventos nesse dia.

Momento da corrida de cavalo principal. Mesmo em Sydney, há pontos de apostas e as pessoas se aglomeram para assistir às corridas. Os mais endinheirados se vestem de forma especial, e se reúnem em bares e eventos fechados. Em geral, bebe-se muito nesse dia. 
Nós, naturalmente, não "fomos convidados para a a festa", porém nos divertimos observando o ir e vir dos locais. 
Decidimos tomar nosso desjejum num dos cafés na orla de Darling Harbour. Estava tão frio que as gentis garçonetes nos ofereceram mantinhas para nos protegermos do vento que insistia em entrar.
Mais animadas após matarmos a fome, caminhamos contra o vento,  com écharpe e documentos, até a área mais emblemática de Sydney, onde se encontram a Opera House e Royal Botanic Gardens. 
Apesar do vento gelado, o dia estava lindo e curtimos muito ver os bares apinhados de gente na lateral do Opera House (alguns têm eventos fechados, só para convidados, com música ao vivo da melhor qualidade). 



Passeamos bastante, desfrutando da belíssima vista da Baía de Sydney, e tiramos muitas fotos. A mais engraçada de todas foi tirada no momento em que uma lufada de vento quase me derrubou. 




O prédio do Opera House é magnífico e até pensei em fazer um tour por seu interior, mas diante do preço (não me lembro exatamente quanto), desisti porque, na verdade, gostaria de assistir a um espetáculo e não fazer uma excursão num teatro vazio.
As meninas tinham decidido que almoçaríamos num lugar longe dali que supostamente teria um hamburger muito especial, com uma camada extra de queijo: raclette (um queijo suíço derretido).
Mas antes fiz questão de visitar The Rocks - o mais antigo bairro de Sydney, que fica perto da baía. 


Diana posa para foto diante de uma decoração feita especialmente para saudar os visitantes em The Rocks no dia da Melbourne Cup



Adorei o passeio e o ponto alto foi a visita ao The Rocks Discovery Museum. Eu poderia passar horas lá assistindo aos vídeos, aprendendo mais sobre as origens desse imenso e intrigante país chamado Austrália. A entrada era gratuita e ficou muito claro que os pioneiros realmente enfrentaram tempos duros para se estabelecerem no local. Sabe aquela história que os ingleses traziam condenados para a nova colônia? É a pura verdade. 
Após The Rocks, um bairro charmoso, pegamos ônibus para ir ao tal bar que as meninas queriam conhecer. Foi meio decepcionante. Lugar vazio, atendentes mal humorados, mas o sanduíche (com raclette) estava bem gostoso, principalmente para quem já estava morrendo de fome. 
Decidimos retornar a pé ao hotel para queimar um pouco das calorias recém-adquiridas e também economizar. Os ônibus são ótimos, mas as passagens não são baratas, principalmente para quem não ganha em dólar (o dólar australiano está na seguinte proporção em relação ao real: 1 dólar = 2,80 reais). O percurso foi gostoso por causa do clima fresco (já não estava tão frio) e a harmonia entre nós. 
Como ainda tínhamos tempo antes de ir para o aeroporto e não tínhamos nenhum programa especial em mente, escolhemos um parque no caminho e nos sentamos na grama, como muitos locais fazem, esperando o tempo passar. Ficamos conversando e contei às meninas sobre meu amigo Magno Jorge, que deixei em Cuiabá em estado terminal. Falei sobre sua doença, o que aprendi nos dias em que acompanhei seu drama, e que sabia que dificilmente o encontraria com vida quando retornasse ao Brasil. 
Nesse mesmo dia (ou no dia seguinte, não estou bem certa), soube pelo amigo Rodrigo Vargas que Magno tinha falecido em Cuiabá. 


2 comentários:

Vera Capilé disse...

Como gosto de ler o que vc escreve! Parece estar conversando comigo! Muito bom!!!

Unknown disse...

Adorei passear com você!!!