sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval em Corumbá


 "Tô me guardando pra quando o carnaval chegar" - diz Chico Buarque numa de suas canções.
Então, o carnaval está chegando - um pouco diferente este ano em que minha filha caçula vai "brincar" carnaval nos Alpes franceses (desculpa aí) e a mais velha, carnavalesca de primeira hora, não fez grandes planos por causa do compromisso em concluir o Trabalho Final de Graduação (o temido TFG) até meados de março. Talvez ela dê um pulo em Chapada dos Guimarães no final da semana.
E eu, que no ano passado passei o carnaval trabalhando num frila, viajo amanhã para minha terra natal, Corumbá, famosa por sua animação nos dias de Momo.
Estou feliz mesmo que a viagem vá ser breve, muito breve.
Ir a Corumbá é sempre "uma promessa de vida" no meu coração (parafraseando Tom Jobim, em "Águas de Março"). Coincidentemente, amanhã começa o mês de março.
O pau continua quebrando por aí, com violência, assaltos, desrespeito diários a nós cidadãos, mas pretendo me dar folga (de internet) durante três dias e me entregar à bela paisagem de Corumbá e à animação de seus foliões, nem que seja misturando "chuva, suor e cerveja" (Caetano Veloso)
Quero descer a Frei Mariano e me deslumbrar mais uma vez com a visão inebriante do rio Paraguai, que é largo a perder de vista no porto de Corumbá. 
Quero me lembrar de meus antepassados e reviver um pouco da alegria vivida por eles nos velhos carnavais de outrora. Alegria essa que levou meu pai, irreverente, a perguntar a quem lhe deu a notícia do nascimento de mais um herdeiro num dia de carnaval de 1939:
- É Pierrô ou Colombina?
Seu interlocutor poderia ter respondido:
- É jardineira.
Afinal, o carnaval de 39 foi marcado pela marchinha "Oh Jardineira/ Por que estás tão triste?" (Benedito Lacerda e Humberto Porto).
Na nossa família, há quem curta muito carnaval e há quem não ligue a mínima. 
Eu, como boa geminiana, sou capaz de passar um carnaval inteiro bem longe do barulho dos foliões, mas confesso que adoro a música e a alegria do carnaval de rua.

"Carnaval desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei
E fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano".
(Chico Buarque).

Até quarta!

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