sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Na Chapada dos Guimarães com Amigos de Trilhas




No domingo passado fiz um passeio maravilhoso, organizado pelo grupo Amigos de Trilhas. 
Morro de preguiça de acordar cedo, mas quando tem trilha jamais perco a hora. Pulo da cama assim que o despertador toca (às 5h), me arrumo rapidinho (acredite se quiser) e sigo ao encontro do grupo (geralmente o encontro acontece num posto de gasolina de Cuiabá, às 6h). 
O segundo ponto de encontro foi na padaria de Chapada dos Guimarães, às 7h, e de lá seguimos para a fazenda que abriga os atrativos turísticos (ou seriam produtos?) que iríamos visitar.
O passeio todo, que só pode ser realizado com apoio de guias credenciados (um para cada grupo de 12 pessoas), atraiu 52 pessoas e me custou R$ 85, sendo R$ 35 para a fazenda, R$ 30 para o guia (um preço especial feito para o grupo) e R$ 20 para o almoço (opcional). A maioria das pessoas optou pela volta de trator, que custou R$ 15, mas eu confiei no meu taco e me propus a encarar os seis quilômetros de retorno à sede. Ou seja, caminhei um total de aproximadamente 12 km.
Saímos em direção à Caverna Aroe Jari (o atrativo principal) por volta de 9h (nessas horas eu tiro o relógio), depois de vestir as perneiras obrigatórias. No início, detestei o novo item do meu vestuário, mas depois me acostumei. 

Acabei ficando no segundo grupo - os grupos partiram com alguns minutos de diferença, para atender a uma norma local -, mas depois acabei me unindo ao primeiro grupo, liderado pelo guia Domingos Pires. Biólogo por formação e criado no Cerrado, Domingos alia a capacidade de dar informações precisas sobre flora e fauna locais com o dom de contar lendas sobre os locais visitados. Por exemplo, exaltou as qualidades de uma suposta fonte de juventude e de um portal natural onde devíamos pensar em nossos desejos, entre outras pérolas. Atiçou a imaginação de algumas integrantes do grupo ao falar sobre as trocas genéticas das plantas da trilha. Diga-se de passagem que todos os guias com quem tive contato foram bem bacanas.
Nossa primeira parada para valer foi a Caverna Aroe Jari, que não pode ser atravessada nesta época do ano por causa da quantidade de água. Como o lugar é lindo! Eu, que tenho uma certa dificuldade para caminhar no escuro, fiquei extasiada e, ao mesmo tempo, meio assustada com o nosso passeio, apesar de termos a companhia de algumas lanternas. Em dado momento, nosso guia sugeriu apagarmos todas as luzes para sentirmos a energia do lugar que, segundo ele, seria habitado por fantasmas dos indígenas que habitaram a região.

Depois dessa caverna, vistamos a Lagoa Azul, que é modesta em comparação com outras lagoas do gênero (de Bonito-MS e de Nobres-MT), mas tem sua beleza.

Nossa terceira meta foi a Caverna Kioto Brado. Embora more em Mato Grosso há mais de 25 anos, nunca tinha ouvido falar dela. Talvez até por isso eu fiquei deslumbrada com essa caverna.

Mas, como me ensinou há muitos anos minha amiga Bernadete, o importante é o percurso e não a chegada. Durante toda a trilha, havia muito o que ver: flores, paredões, paisagens inusitadas. 
No retorno, paramos na tal fonte da juventude e tomamos um banho que não estava no programa. Foi delicioso!
Uma das paisagens deslumbrantes vistas durante a caminhada

Chegamos ao restaurante da fazenda morrendo de fome e, depois de tirar perneiras, tênis e meias, enfiamos a cara no almoço preparado por Deusa e sua equipe, que estava dos deuses (com perdão do trocadilho): arroz, feijão, salada, farofa e galinha caipira, que comemos à vontade. 
 Depois do almoço farto, visitamos a Cachoeira do Almiscar. Apesar de não estar muito quente, encarei a água gelada da cachoeira.
Logo depois, retornei à Chapada com minhas caronas e paramos para um café no Restaurante Pomodori. Bem despertas e bem humoradas, a gente desceu a serra com cuidado, ouvindo música e conversando. 
Infelizmente, um motorista distraído acabou causando um acidente chato e que poderia ter consequências bem piores. Na chegada a Cuiabá, num trecho da MT-251 com uma leve subida, o motorista da caminhonete que ia na nossa frente reduziu a velocidade e minha amiga que dirigia o carro também reduziu. O cara que vinha atrás não! 
O resultado foi que ficamos espremidas entre o carro dele e a carreta da caminhonete que levava um barco de alumínio.
A batida foi feia e o carro da minha amiga ficou muito danificado na frente, atrás e nas laterais. Ela não tem seguro e o cara que bateu também não. Ele assumiu a culpa pelo acidente (disse que estava vendo uma mensagem no celular enviada por seu chefe) e prometeu pagar o estrago. 
Não sei o que virou porque até anteontem minha amiga e ele ainda não tinham chegado a um acordo. Ela ficou sem carro (foi preciso guinchar o automóvel) e nós saimos do acidentes atordoadas com a batida, um pouco doloridas e com algumas lições.

Uma delas é: nunca olhe seu celular quando estiver dirigindo. Parece óbvio, né? Mas quantas pessoas se acidentam por causa do maldito celular! A outra é perceber o quanto a sua vida pode mudar em poucos segundos.
Felizmente, o nosso domingo maravilhoso não acabou em morte ou ferimentos. 

2 comentários:

Bya Miranda disse...

Muito bom estar com você e descobrir que conta suas aventuras aqui. Parabéns.

Martha disse...

Obrigada pela visita e pelo comentário, Bya!