sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um Dia das Mães muito especial




Tenho um bom motivo para voltar ao blog: o Dia das Mães.  Este, com certeza, será um dia das mães muito especial - o mais solitário da minha vida.
Não pensem que estou triste. Estou estranhamente serena. Minhas duas filhas - os seres mais lindos que eu poderia ter na minha vida - estarão a milhares de quilômetros de distância. Marina, estudante do programa Ciência sem Fronteiras, está temporariamente na França (por conta do estágio obrigatório). Diana, recém formada em Arquitetura, estará chegando na Austrália, onde ficará por cinco meses.
Saber que as duas estão bem e realizando projetos maravilhosos é sem demagogia meu maior presente.
Tenho certamente uma grande participação nesse desejo de viajar, aprender novas línguas e culturas. Acho que essa participação se dá pela genética (somos uma família de viajantes) e pela educação.
Sou uma mãe protetora (acredito) e reconheço que mimei demais minhas filhas. Falhei em alguns aspectos (alimentação, dedicação às tarefas domésticas, organização, etc), porém acertei em outros tantos. Minhas filhas são leais, sinceras, curiosas, éticas, amorosas, carinhosas, comprometidas e inteligentes, além de bonitas (sorte delas).
É claro que não sou a única responsável por isso. Longe de mim chamar para mim a responsabilidade por todos os aspectos positivos e negativos das minhas crias.
O que pesa mais na formação de uma pessoa? A genética, o meio cultural em que vive, o meio familiar em que foi criada, vidas passadas?
Não sei. Só sei que criei minhas filhas com muito amor e me dediquei bastante a elas. Tenho saudades de várias fases e não posso dizer que não tenha aproveitado cada minutinho delas: a fase da bronquite e das dores de ouvido, das cólicas, das mamadeiras, das fraldas (de pano) a serem trocadas (e eventualmente lavadas por mim), dos primeiros passos (e dos tombos), das primeiras palavras, dos primeiros dias na escola, das festinhas de São João, final de ano, etc, das viagens à fazenda no Pantanal (de caminhonete, trator e avião teco-teco), das primeiras viagens ao Rio (de carro ou avião), das primeiras grandes amizades (muitas delas preservadas até hoje), das festas de 15 anos, das idas ao salão  de beleza, das tardes no shopping center (já em Cuiabá), dos passeios com a escola até chegar as fases dos voos maiores: faculdade, mudança de estado (no caso de Marina) e finalmente mudança de país.
Nossa bagagem é grande e foi construída com muita cumplicidade. Talvez, eu devesse ter sido mais firme às vezes. Talvez.
De uma coisa tenho certeza, meu amor e confiança nessas duas meninas/mulheres (ou mulheres meninas) é incondicional e é sempre muito bom ouvir suas risadas, e sentir a ponta de travessura na voz quando me chamam de Marthinha.
Quisera eu impedir que chorassem e sofressem, mas chorar e sofrer fazem parte da vida.
Por isso, quero muito poder estar perto para consolá-las quando isso acontecer.
Estou fisicamente longe agora, porém como é bom viver num mundo de tecnologias que amenizam essa distância. Viva a internet, viva o Facebook, viva o email, o celular e, principalmente, o skype!

PS. Dedico este post a todas as mães que sentem o que eu sinto, mas dedico especialmente à memória da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que foi covarde e injustamente assassinada em Guarujá após ter sido confundida com uma mulher imaginária (ou criada por um site irresponsável) que estaria sequestrando crianças para fazer rituais de magia negra.

4 comentários:

Giana disse...

Lindo Martha. Sinto o mesmo com relação às minhas crianças. O mundo será deles.
Giana

Martha disse...

Obrigada, Giana, pelo comentário! Tomara que seja ... Bjs e feliz Dia das Mães!

Junior Silgueiro disse...

Então elas aprontam te chamando de Marthinha? Rsrsr Legal! Parabéns Martha, pois deu certo e aí estão elas, prontas e no mundo; e aí está você, consciente do que fez de certo e errado, e feliz. Feliz dias das mães. Beijo.

Martha disse...

Obrigada, Junior! Bjs pra vc tb e pra sua mãe por tabela que teve um filho tão legal.