segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O anjinho e o diabinho

Hoje li um artigo muito interessante do diretor do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais - Ícone (http://www.iconebrasil.org.br/pt/), André Nasser, em que ele faz um contraponto entre o que lhe sopra aos ouvidos o "anjinho" e o "diabinho" sobre assuntos variados, tais como mensalão, bolsa-família, combate ao crime e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
No final, diante dos argumentos otimistas do "anjinho" e das críticas do "diabinho", ele acaba optando por ouvir o segundo, sob o argumento de que "apontar os desafios, portanto, é mais importante que ovacionar cegamente as conquistas".
É mais ou menos assim que me sinto em relação a Cuiabá, a Mato Grosso, ao Brasil e ao mundo em geral.
Estamos na última semana de campanha para a Prefeitura de Cuiabá, em que o segundo turno foi inevitável, colocando em confronto o simpático candidato do PT com seus aliados assustadores (o governador Silval Barbosa, o senador Carlos Bezerra e o ex-secretário Eder Morais, sem falar nas lideranças nacionais do PT) e o esforçado candidato do PSB, o empresário Mauro Mendes, uma incógnita em termos políticos e com fama de administrador competente.
Ouvindo a propaganda dos dois, a gente chega a achar que seremos mais felizes independentemente de quem ganhar, tantas são as promessas, os sorrisos e as esperanças despertadas.
Mas, aí, parodiando André Nassar, chega o diabinho para atrapalhar tudo, lembrando que em época de eleições é sempre assim, a gente sempre acha que a cidade vai ficar um tiquinho melhor se um dos vencedores fizer a metade do que prometeu, mas desde que estou aqui (há nove anos) é decepção atrás de decepção.
Que me desculpem os bairristas, mas Cuiabá está cada dia pior. Há carros demais, trânsito caótico, engarrafamentos a toda hora, crateras em todas as ruas, calçadas cheias de lixo e obstáculos, insegurança por todo lado. Falta planejamento e sobra caos por todos os lados! 
Há um mês a Prefeitura instalou jardineiras em seis rotatórias das cidades. A ideia é boa: eles pegaram sucatas de carros e convidaram artistas para pintarem as "latas-velhas", que foram decoradas com flores e folhagens com um efeito meio tropicalista. A ação de vândalos está colocando o projeto em risco.
Moral da história? Acho que é por isso que não tenho tido muita vontade de escrever no blog: o diabinho anda mais forte e me deixa muito pessimista em relação a quase tudo. Só que hoje, lendo o artigo de Nasser, percebi que o diabinho não precisa ser do mal ou um chato, ele pode ser apenas um agente que leva a gente a pensar, a questionar e não aceitar tudo com resignação.
Talvez eu precise acreditar mais na minha sensibilidade e inteligência e na capacidade de dizer não sem parecer uma chata de galochas. A gente pode (e deve) dizer não, mas tem que dar opções, tem que vislumbrar opções. Caso contrário, a gente se sente morrendo um pouquinho a cada dia.
 
 

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