quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

A Forma da Água



Assisti a dois filmes incríveis nos últimos dias: "The Post - A Guerra Secreta" e "A Forma da Água", ambos concorrentes ao Oscar na categoria Melhor Filme.
Meu objetivo aqui não é dizer qual é o melhor. São propostas muito diferentes e deixo essa tarefa aos membros da Academia, embora admita uma ligeira torcida em favor do segundo. 
"A Forma da Água" é encantamento puro, apesar de ter eu ter ficado bem tensa em várias passagens. No final do filme, eu tremia! Não sei se de frio ou de nervoso. 
Hoje li uma matéria sobre uma acusação de plágio (na verdade, duas) ao diretor e co-roteirista, Guilhermo del Toro, o que me deixou com uma pulga atrás da orelha. 
De qualquer maneira o filme é fabuloso, como atestam várias críticas já publicadas. O desempenho dos atores, a história da moça muda que, desafiando todas as expectativas, bola um plano ousado para salvar a vida do homem-peixe por quem se apaixona - tudo é maravilhoso! 
A trilha sonora é deliciosa e se enquadra perfeitamente ao clima anos 60 do filme, cujo pano de fundo é a guerra fria entre EUA e URSS. Há também menções ao racismo descarado dos EUA da época. 
Porém, o mais incrível para mim é mostrar que pessoas comuns, até medrosas, podem ousar e transformar suas vidinhas sem maiores emoções, saindo assim do limbo onde são deixados os menos bonitos, deficientes, mais velhos (alijados do mercado de trabalho), enfim, aquelas pessoas que, aparentemente, servem apenas para as tarefas mais triviais, como limpar banheiros ou o sangue deixado pelos poderosos. 
Há um "diálogo' entre Giles (Richard Jenkins) e a "forma" que me tocou profundamente. Acostumado a ter como única companhia a amiga muda, ele abre seu coração com aquele ser estranho (e, às vezes, selvagem) que veio das profundezas das águas. 
As cenas de  Elisa  (Sally Hawkins) com a colega e amiga Dalila (Octavia Spencer) - a voz de  Elisa no laboratório onde ambas trabalham como auxiliares de limpeza - são deliciosas. A atriz Sally Hawkins dá um banho de interpretação em todas as cenas. Não é por acaso que tanto ela quanto Octavia e Jenkins são candidatos ao Oscar em suas respectivas categorias.
Confesso que sou totalmente ignorante em termos da filmografia de Guilhermo del Toro e já estou me coçando para assistir a outros filmes dele, como "O Labirinto do Fauno".
Ah, pesquisei sobre o ator por trás do homem-anfíbio que é o cerne do filme "A forma da água" e soube que o nome dele é Doug Jones - um norte-americano de 57 anos que emprestou seu corpo e olhar expressivos a outros personagens criados por Del Toro, inclusive o Fauno do filme citado.
E quanto a "The Post"? Fica para um próximo post. 

4 comentários:

Angela Jordão disse...

A acusação de plágio seria que ele teria copiado uma cena do filme Delicatessen. Mas, o filme é uma homenagem aos filmes antigos, ao cinema das décadas de 1950 e 1060, e está repleto de homenagens e cenas semelhantes a vários filmes, não só Delicatessen, O Fabuloso Destino de Amélie Poulan e a todos os filmes de Fred Astaire, entre outros. Guilhermo disse desde o início que tem várias passagens. Coisas de quem cresceu louco por cinema. Todos os cineastas se inspiram em seus ídolos.

A questão é que o A Forma da Água está fazendo um imenso sucesso, ganhando todos os prêmios, e quando isso acontece, sempre aparecem os maldosos, invejosos, os ciumentos do sucesso do outro. Faz parte.

E sim, o Labirinto do Faudo é um dos filmes mais impressinantes que existem. Daqueles que nos marcam.

Martha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Martha disse...

Eu me referia à acusação de David Zindel, filho do dramaturgo Paul Zindel, vencedor do Prêmio Pulitzer. O motivo é uma peça de 1969, que virou atração na TV: "Let me hear you whisper".

Unknown disse...

Recebeu muitas criticas, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Sera um dos melhores filmes de ficção cientifica acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.