domingo, 28 de agosto de 2016

Músicos da terra




Uma das coisas que ainda me encanta em Cuiabá é o talento de músicos mato-grossenses (de nascimento ou adoção). Sei também que há outros artistas muito talentosos por aqui no campo das artes plásticas e cênicas, porém, a música é a minha praia, é a arte que mais me toca o coração, por isso estou sempre atrás da boa música. 
Nesses últimos dias, assisti a dois shows que me deixaram feliz. O primeiro, na quinta-feira, reuniu a cantora Vera Capilé, o violeiro André Balbino e a percussionista Juliane Grisólia. Um espetáculo despretensioso, apresentado em A Casa do Parque - um espaço que vem se destacando por exibir boa música, embora nem sempre as pessoas que vão lá estejam atrás da música.
Mas nesse dia o público era bem focado e formado praticamente por amigos e fãs dos músicos. Ficou uma atmosfera aconchegante, bem propícia para as canções - e alguns números instrumentais - que rolaram para o deleite da plateia. Canções singelas - daquelas que derretem os corações mais endurecidos -, como "Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora ...", "Chalana" e "Beijinho doce", foram relembradas por Verinha, com emoção à flor da pele. Em alguns momentos, ela cantou em dueto com Cristiane Puertas, preparadora vocal de 10 entre 10 cantores mato-grossenses, e uma bela intérprete.
Mas o show teve lugar para sucessos do Mutantes como "Ando meio desligado" e composições da terra, incluindo a bela "Pra Terra" de Maurício Detoni. Também foram apresentadas algumas composições de André Balbino. Uma delas, composta para sua namorada, é lindíssima e me remeteu ao clima das canções medievais. 
Juliane Grisólia, com sua habitual competência, foi uma percussão forte, firme e diversificada (ela também canta), sem nunca parecer over.
Saí do show de alma lavada e com vontade de ouvir mais.
Neste sábado voltei à Casa do Parque para assistir à apresentação de The Magic Four, cover dos Beatles, formado por quatro músicos mato-grossenses: Thiago Vidotti, Alexande Feraz, Jorge Bedin e Frederico Martins (espero não ter errado os nomes).  Sempre quis conhecê-los, mas faltou oportunidade. 
Eles são ótimos! O lugar não era o mais apropriado, já que o som da banda (bateria, baixo, guitarras, teclado) pede um espaço maior e, na minha opinião, às vezes as vozes ficavam um pouco abafadas pelos instrumentos. A música (Beatles e um pouco de rock dos anos 60) pede que nossos corpos se movimentem, mas, apesar dos convites insistentes de Thiago Vidotti, o público ficou tímido, talvez intimidado pelo local. 
Gostei demais do astral da banda e da performance de cada um em 
seus instrumentos. Thiago, Alexandre e Jorge se revezam nos vocais, embora Thiago acabe atuando como o cantor principal. O que achei mais legal é que, apesar de se apresentarem como cover dos Beatles, os meninos não tentam imitar o inimitável. Eles simplesmente apresentam canções do Beatles, com arranjos bem próximos dos originais, mas com as suas próprias características de voz e personalidade.
Quero ver de novo, mas num lugar onde possa extravasar mais as emoções que a música dos Beatles me traz. 

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