segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Guinga em Cuiabá


Foto by Manfred Pollert - www.guinga.com.br

Venho aqui pedir desculpas publicamente a Guinga. Você sabe quem é Guinga? A maioria das pessoas não sabe. Azar delas. 
Eu achava que conhecia e, movida por esse conhecimento, fui assistir à apresentação de compositor/violonista carioca no teatro do Sesc Arsenal em Cuiabá, na noite de sábado.
Show de graça. Cheguei cedo (uma hora antes) para garantir meu ingresso. Esqueci que Guinga não é um pop star, nem canta no programa do Faustão. 
Não sei dizer quantas pessoas havia no teatro (falha de repórter que estava se sentindo de folga naquela noite), mas a vontade de escrever sobre Guinga é maior que a precisão dos fatos apurados.
Guinga chegou tímido ao palco. Conversou bastante com a plateia. Pediu ao iluminador para tirar um pouco da luz do artista e colocar mais luz no público. Perguntou nome de uma criança que estava com os pais. Jogou conversa fora.
 Aos poucos, foi contando um pouco sobre si mesmo, sobre seus parceiros musicais, as cantoras com quem costuma se apresentar (as brasileiras Leila Pinheiro e Mônica Salmaso e a norte-americana Esperanza Spalding, entre outras).
Começou a cantar, mas teve que parar, incomodado por um inseto inoportuno. Pediu ainda menos luz ao iluminador. 
Interpretou alguns números instrumentais. Tocou "Lígia" de Tom Jobim e pediu para que nós o acompanhássemos. Alegou rouquidão. Depois cantamos juntos "Carinhoso" de Pixinguinha. Gostoso. Elogiou a voz de Vera, da dupla Vera &Zuleika, que estava na plateia.
Guinga chamou então seus convidados, músicos da terra que tinham participado de um intercâmbio durante a semana. As cantoras Márcia Oliveira e Lorena Ly, o violonista Joelson Conceição,  o clarinetista Andrew Moraes, o saxofonista Phellyppe Sabo e um jovem violonista de Primavera do Leste maravilhoso, André Luiz Chitto de Oliveira.
Eles foram apresentando composições de Guinga e aí que eu vi que não conhecia Guinga. Composições fantásticas, sofisticadas, lindas! Foram apresentadas "Catavento e girassol", "Choro pro Zé", entre outras. Se eu tivesse me preparado melhor para o show de Guinga, saberia dizer muito mais nomes.
Guinga se derramava em elogios aos músicos que conheceu em Cuiabá e com quem dividia o palco. Chegava a se emocionar. Um show que ia se estendendo à medida em que a intimidade entre público e artista ia se ampliando. 
Poderíamos ficar lá horas ... Ficamos certamente mais de uma hora.  Bisamos "Carinhoso" - todos juntos, artistas e plateia.
Agora, estou aqui a ouvir Guinga e a me encantar cada vez mais com suas letras cheias de nuances e riquezas, e com suas melodias requintadas. Guinga disse que não sabe ler ou escrever música, mas é compositor dos mais sofisticados e ensina sua música com regularidade nos Estados Unidos e talvez seja mais prestigiado em outros países que no seu. 
Pena que Cuiabá conheça tão pouco Guinga e não tenha podido  valorizá-lo como merecia. Coisas de um Brasil com tantos sinais trocados, onde músicos como Guinga não recebem o devido reconhecimento. Ainda bem que tem Sesc Arsenal em Cuiabá.
Ah, se quiser saber mais sobre Guinga, confira o site www.guinga.com.br  
Foto do Facebook de André Luiz Chitto de Oliveira

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