quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Dos deuses



Assisti na noite da última quarta-feira ao show "Pelo Brasil" do bandolinista Hamilton de Holanda. Foi tão bom que chego a me questionar se foi real.
Confesso que conheci Hamilton há pouco tempo. Não ando tão atualizada em termos culturais, infelizmente. No final de fevereiro, ele esteve em Cuiabá para uma apresentação com a Orquestra do Estado de Mato Grosso e fiquei encantada com o seu talento, virtuosismo e simpatia.
Quando soube que faria um show em Cuiabá, mal acreditei, mas fiquei indecisa quanto a ir, por incrível que pareça. Bendita a hora em que decidi deixar a preguiça e o receio de ir sozinha de lado!
O show foi lindo! Durante pouco mais de uma hora (como houve um certo atraso no início, não posso precisar a duração), Hamilton fez uma apresentação impecável.  Foi uma verdadeira viagem por ritmos brasileiros ao som de apenas um bandolim que, nas mãos de Hamilton, alcança sonoridades impensáveis. É um violão? Um banjo? Um cavaquinho? Um avião? 
Não, é Hamilton no bandolim. 
As imagens belíssimas projetadas nos painéis ao fundo do palco intensificam a sensação de viagem. Barulho de chuva (que delícia!), de cachoeira, de sons típicos de uma típica paisagem nordestina e até de buzinas de carros são os companheiros de Hamilton nessa viagem musical.
O artista cantou uma composição de sua autoria (parceria com Diogo Nogueira e outro nome que me fugiu). Brincou com o público dizendo que estava cansado de tocar "Brasileirinho" para, em seguida, tocar o hit de Waldir Azevedo em vários ritmos (até no ritmo do lambadão cuiabano). Compôs um tema no palco ao falar sobre o que é inspiração.
O mais incrível é que ele praticamente só interpretou composições suas, ou seja, temas desconhecidos para o público. A exceção, além do já citado "Brasileirinho", foi uma rápida menção à música "Naquela mesa", composta pelo jornalista Sérgio Bittencourt para homenagear o pai, outro gênio do bandolim: o grande Jacob do Bandolim. Uma forma de Hamilton reverenciar aquele que talvez seja o maior nome do instrumento no Brasil.
Em resumo, um espetáculo que valeu cada segundo. Nem preciso dizer que virei fã de carteirinha de Hamilton de Holanda.

PS. Fiquei com uma dúvida: o Teatro Zulmira Canavarros (da Assembleia Legislativa) com estacionamento liberado é tudo de bom para quem tem carro, mas como será a situação de quem depende de transporte público?
 

2 comentários:

Jane disse...

Martha, mais uma vez vc consegue, através do seu seu texto, me transportar para um show. Agora estou ansiosa para assistir pessoalmente a um show do Hamilton.

Martha disse...

Legal! Sou boa nisso, né? Grata pelo comentário! Você iria amar o show dele, ou melhor, você vai amar!