quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Um sonho (ou pesadelo)

Gostaria de registrar um sonho (ou pesadelo) muito estranho que tive ontem num breve sono.
Eu estava em Cáceres e seguia em direção ao bairro Cavalhada, onde morei por 10 anos. O céu estava encoberto e o horizonte sombrio. Peguei uma rua que existe na realidade, mas ela era bem diferente: sem asfalto, bem rústica. Vi um menino que hesitava em seguir a pé e cheguei a pensar em lhe dar uma carona (eu estava de carro? de bicicleta?). 
Pouco mais adiante encontrei uma cratera enorme e fui obrigada a parar. Nisso, vi dois homens que saíam do buraco e me viram. Tentei fugir, mas um deles me pegou. O outro disse que ele estava sendo muito mole comigo e ele começou a me bater. Eu gritei "Socorro" o mais alto que pude na esperança de que o garoto me ouvisse e pedisse socorro. Gritei duas vezes, mas aí me lembrei de que aquilo era um sonho e que bastava acordar para interromper meu sofrimento.
Esse foi o sonho e ele me fez pensar: sobre o desejo que tenho de proteger outras pessoas (o menino) reprimido diante do medo de me expor; sobre o medo do desconhecido, da violência latente de nossas cidades e sobre a possibilidade de interromper um momento de pavor com o simples acordar.
Fiquei brincando com essa ideia (que não é original): será que nossa vida não é um sonho que pode ser interrompido se assim o desejarmos?
No momento, não tenho vontade de interromper este "sonho". Minha vida pode não ser um sonho, mas está longe de ser um pesadelo.

Um comentário:

Martha disse...

Nossos sonhos são uma fonte inesgotável de material para reflexão, Eleida. Nem sempre, infelizmente, temos tempo para recuperá-los e refletir sobre eles.
Obrigada pela visita!