sexta-feira, 3 de maio de 2013

Chico

Chico foi meu primeiro e único ídolo. Digo ídolo no sentido de idolatração, adoração mesmo. Sabe aquela coisa de recortar fotos de revistas, colar no caderno? É claro que fiz isso com outros artistas, quando era criança, mas Chico era especial. Ele era tema de redações escolares e dos meus sonhos de adolescente.
Minha paixão surgiu quando o vi se apresentando no Festival da Record. Ou foi quando ouvi seu primeiro elepê (é gente, sou do tempo do LP)? Não importa. Só sei que ela foi crescendo, alimentada pelas muitas participações de Chico na TV, numa época em que grandes artistas apareciam em programas como "Essa noite se improvisa" e "O fino da bossa", entre outros.
Ah, já deu para saber de que Chico estou falando?
Esta semana, fiquei surpresa ao assistir ao show "Roda Viva" no Chorinho (o bar Choros & Serestas). O show tem apenas canções de Chico Buarque de Hollanda, interpretadas pela cantora Lorena Ly com o acompanhamento do violonista Joelson Conceição e do baterista Sandro Souza. Já tinha acontecido em outras ocasiões, mas foi a primeira vez que decidi ir.
Não é minha intenção aqui fazer uma crítica à apresentação, até por que fui lá para beber cerveja e me divertir.
Fiquei encantada com a reação do público que, em sua maioria, era composto por pessoas na faixa de 30 anos (ou menos). Em algumas músicas, o público entusiasmado cantava junto com Lorena, que parecia muito feliz e senhora absoluta do "palco".
Deixa eu explicar as aspas: no Chorinho não tem exatamente um palco e sim uma espécie de tablado onde se acomodam os músicos nos dias em que não há roda de samba, quando todos - músicos, cantores profissionais e amadores, e público - se misturam.
Realmente, Chico está quase chegando aos 70 (ele é de 19 de junho de 1944) e não envelheceu mesmo que não tenha aderido a ritmos mais modernos como outros companheiros de geração. Percebo que as músicas que mais encantam o público - ainda que jovem - são as mais antigas, como "Geni e o zepellin", "Quem te viu quem te vê", "Samba de um grande amor", etc.
Foram mais de quatro horas de apresentação - com pequenos intervalos - e até a hora que fui embora - pouco depois de Lorena anunciar o final - não houve repetição de qualquer música e mesmo assim faltou cantar muitas músicas. Impressionante, né?
Eu adoro cantar Chico e sempre faço isso quando pego o microfone nas rodas de samba do Chorinho. Minhas atuais paixões? "Carolina", "Terezinha", "Valsinha", "Minhas história", "Meu guri","A Rita", "Quem te viu quem te vê" e "Samba do grande amor", entre outras.
Chico pode não ser mais meu ídolo, no sentido de idolatração, paixão irrestrita, mas, com certeza, ainda é meu compositor favorito - aquele que toca mais meu coração e me inspira.

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