Hoje estou tão cansada que estou até com preguiça de ir ao ensaio do Madrigal do Avesso. E olha que amo cantar!
Vou ver se tomo um banho, faço uma posição invertida (da yoga) para recuperar as energias.
Tive que dirigir bastante (o que me cansa muito), fui a vários lugares, fiz algumas entrevistas e no meio de tudo isso resolvi problemas de trabalho e domésticos.
Acordei às 6 para dar conta do que precisava fazer e tive uma grande alegria: tive em mãos por alguns minutos o resultado de um trabalho longo que há dois meses parecia impossível de ser concluído. É bom fechar os processos. Fiquei feliz.
Por outro lado, quando saía de uma entrevista na UFMT (que foi muito agradável), me deu um certo banzo. Conversando sobre a valorização de outra profissão (objeto da minha reportagem), eu me dei conta de quanto a minha está desvalorizada.
Quero voltar a esse tema com a cabeça mais descansada, mas é fato: nunca pensei que veria a profissão de jornalista tão desvalorizada. Minhas filhas nem pensaram em seguir jornalismo, mas se tivessem num momento de decidir carreira hoje e me pedissem opinião acerca da minha, eu as desestimularia a seguir meus passos.
Qualquer profissão é digna e vale a pena se for o que você ama fazer, mas o jornalismo não está valendo a pena. Digo isso com pesar, mas é o que sinto.
Ou então, sou muito incompetente, mas desconfio que não sou.
5 comentários:
Definitivamente voce nao é incompetente!
Eu te acompanho nesse lamento apesar de estar fora da área há quase sete anos, desde que decidi morar pra Londres.
Acompanho o dia-a-dia de amigos jornalistas e nada muda. O mesmo salário, e o que é pior, o mesmo salário atrasado nos jornais locais e se fosse só isso!!!
Até diploma um jornalista nao precisa mais!
Amo escrever e acho que nao sou incompetente. Tenho muitos bons feedbacks, ainda hoje, de trabalhos que já escrevi. Mas nao penso em voltar a ter no Jornalismo minha principal profissao. Infelizmente!
Para culminar, Martha, o passaralho voltou a assombrar as redações. A Veja ontem fechou duas revistas e botou 32 jornalistas na rua. Hoje, o Estadão demitiu mais 22.
É triste, mesmo. Mas se incompetência há, certamente não é sua. Talvez haja, sim, uma incompetência coletiva - dos gestores dos órgãos de imprensa e de nós, jornalistas, também - para achar novos caminhos para a imprensa no mundo contemporâneo. E este não é um problema exclusivamente brasileiro, muito pelo contrário.
Terezinha
Para culminar, Martha, o passaralho voltou a assombrar as redações. A Veja ontem fechou duas revistas e botou 32 jornalistas na rua. Hoje, o Estadão demitiu mais 22.
É triste, mesmo. Mas se incompetência há, certamente não é sua. Talvez haja, sim, uma incompetência coletiva - dos gestores dos órgãos de imprensa e de nós, jornalistas, também - para achar novos caminhos para a imprensa no mundo contemporâneo. E este não é um problema exclusivamente brasileiro, muito pelo contrário.
Terezinha
Martha,
Alguns dias atrás eu conversava com um amigo jornalista, editor de uma das principais revistas existentes no mercado e fiquei assustado com seu baixo salário e insegurança quanto à estabilidade, e assim como voce ele não é incompetente.
Fiquei assustado e triste.
Quisera ter mais umas duas incompetentes como você na equipe! Faríamos um belíssimo jornalismo! O problema, na minha opinião, é que governos e empresas, insatisfeitos com a imprensa, que não fala só o que querem ouvir, montaram verdadeiras redações - com dinheiro público, nosso, diga-se de passagem - para só divulgar o que lhes interessa. Os donos de jornais, revistas, rádios etc - TV é um pouquinho diferente - gostaram, porque não precisam mais de boas equipes para preencher o espaço noticioso. Como, além disso, o dinheiro dos anúncios vem do governo, o ciclo se fecha: releases e propaganda enganosa, eis o conteúdo. Jornalistas, para que?
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