segunda-feira, 21 de março de 2011

Fim de semana radical

Tive um fim de semana bem diferente do convencional como vocês podem ver por essa imagem.
Saí de Aripuanã às 5h da madrugada de sábado e só à cidade depois de meia noite de domingo.
Nosso destino foi a Comunidade São Lourenço, numa reserva extrativista à margem do rio Guariba. A distância em quilômetros não foi tão grande, mas a viagem de ida nos custou cerca de 12 horas, das quais as duas últimas foram feitas num barco com motor de rabeta.
Ainda estou em Aripuanã (voltarei para Cuiabá amanhã) e estou fisica e mentalmente exausta depois de um longo dia de trabalho, colhendo depoimentos para a revista da Energética Águas da Pedra, empresa constituída para gerir a construção da Usina de Dardanelos.
O que posso dizer da minha estadia na comunidade São Lourenço (uma noite e parte da manhã seguinte)? Foi assustadora e, ao mesmo tempo, linda. Conheci pessoas fantásticas - adultos e crianças - que vivem em condições em que a maioria de nós não suportaria. Imaginem um lugar com muito mosquito, pois lá tem mais mosquito do que vocês podem imaginar.
A estadia só foi um terror porque os mosquitos de lá (uma espécie de borrachudo, conhecida como pium, que não está nem aí para os  repelentes) surpreendentemente nos deram trégua enquanto o barco estava em movimento e durante a noite. Jantamos, cantamos e nos confraternizamos com a maior tranquilidade. Dormi na rede numa casa que abriga a escola e onde é celebrada a missa, com os demais companheiros de viagem. Até que dormi muito bem, apesar dos roncos e do barulho da turma que acordou bem mais cedo.
O mais complicado para mim foi lidar com a falta de luz (ainda bem que não choveu à noite e tinha lua cheia) e banheiro (na verdade, tem uma casinha lá, mas minhas cicerones iniciais, três meninas extremamente gentis, meio que me desestimularam a usá-lo). Como fiquei poucas horas lá, consegui evitar uma visita à casinha, por motivos óbvios. Escovar os dentes à beira do rio Guariba pela manhã foi uma experiência inesquecível: os borrachudos voltaram ao ataque com força total.

Três das minhas amigas da Comunidade São Lourenço
Conheci muita gente legal, que certamente não vou esquecer jamais. Gente, como o Canoeiro, que me emprestou uma camisa de algodão branca e de mangas compridas, bem apropriada para o ambiente. Fiquei com ela até o último minuto e a devolvi antes de pegarmos as caminhonetes para retornar a Aripuanã, com uma parada no distrito de Conselvan, onde jantamos no sítio do seu Romeu. Mas isso já é uma outra história.


Genivaldo, o Canoeiro, é o de camisa branca


3 comentários:

Osvaldo Tancredo disse...

dá-lhe bandeirante!

Dete disse...

Voce deveria continuar assim, viajando e contando pra gente, assim a gente conhece o Brasil pelos seus olhos e tbem sente que est'a viajando junto....

Martha disse...

Seria fantástico ... Está difícil achar quem banque esse tipo de viagem.