Marinho Sete Cordas em foto de Marcos Lopes |
Compartilho neste espaço o texto que fiz para a divulgação do 22º aniversário do Chorinho. Aqui eu resgato um pouco da história deste espaço que aprendi a amar. Hoje, posso dizer que faço parte da história do Chorinho.
Há 22 anos, um grupo de moradores de Cuiabá, que gostava muito de choro, seresta e samba de raiz, começou a se encontrar em alguns locais da capital. Eram encontros regados à cerveja e música da melhor qualidade, que reuniam pessoas de várias profissões – médicos, professores, jornalistas – e no qual despontava um cearense, mestre na arte do violão de sete cordas. Esse foi o berço do bar Choros & Serestas e essa história merece ser contada esta semana, quando Antônio Marinho de Souza Fortaleza, o Marinho Sete Cordas, vai comandar as comemorações do 22º aniversário do popular Chorinho.
Mais do que um bar, o Chorinho continua sendo ponto de encontro de vários músicos, cantores e amantes da boa música popular brasileira. Hoje, estabelecido na Rua Estevão de Mendonça, nº 869, no bairro Quilombo, o Chorinho é um patrimônio cultural e artístico de Cuiabá e, como todo bom patrimônio, independe de sua localização. O Chorinho é Marinho e todos os músicos – profissionais e amadores – que se dedicam à casa e têm nela um local de diversão e confraternização.
“Fico muito feliz de conseguir levar esse movimento à frente em meio a todos os modismos”, comenta Marinho, numa referência aos momentos de altos e baixos enfrentados ao longo de mais de duas décadas.
No dia 21 de novembro de 1992, o bar Choros & Serestas nasceu no bairro Jardim Tropical, onde permaneceu até 2012. Durante anos, o bar instalado no sobrado do Jardim Tropical, que ganhou o apelido carinhoso de Chorinho, manteve um público fiel, formado pelos integrantes do grupo fundador – a chamada Velha Guarda.
Aos poucos, uma nova geração foi chegando e, no final dos anos 2000, o Chorinho virou point da moçada, que fazia fila às quintas-feiras e aos sábados. Na roda de samba tradicional do sábado, novos grupos – como Conversa de Botequim e Orquestra de Boteco – foram gerados e muitos novos talentos aperfeiçoaram seus dotes artísticos.
O movimento no bar Choros & Serestas foi tão intenso que acabou incomodando algumas pessoas e os proprietários foram forçados a se mudar. Encontraram a melhor opção num restaurante da rua Estevão de Mendonça (perto do Choppão) que não chegou a ser inaugurado. Desde 24 de abril de 2012, o Chorinho funciona ali.
No início, houve um certo estranhamento por parte do pessoal da Velha Guarda, mas, aos poucos, o samba de qualidade e o talento de Marinho Sete Cordas, além de seu dom para atrair e cativar novos músicos e cantores, levaram muita gente a frequentar o bar novamente.
“Para nós, é um motivo de orgulho levar essa bandeira do samba de raiz, do choro e da seresta na capital mato-grossense, embora sempre estejamos abertos ao novo”, comenta Fátima Campos, que está à frente da administração do bar e restaurante junto com Marinho.
Eles lembram que o Chorinho já trouxe artistas de renome nacional a Cuiabá – gente do quilate de Monarco, Elton Medeiros, Délcio Carvalho, José Renato – e vários sambistas que vêm à capital fazem questão de curtir o ambiente do bar, como o veterano Nélson Sargento, que visitou o Chorinho após sua apresentação no Projeto Pixinguinha.
Toda essa energia estará no ar na próxima sexta-feira, quando os proprietários do bar Choros & Serestas vão comemorar os 22 anos da casa cercados pelos amigos cultivados ao longo do tempo.
“Será uma noite memorável e não poderíamos celebrar de outra forma, a não ser com uma roda de samba especial onde não faltará lugar para todos os amigos conquistados nesses 22 anos”, conta Marinho.
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