Assisti na noite da última
quarta-feira ao show "Pelo Brasil" do bandolinista Hamilton de
Holanda. Foi tão bom que chego a me questionar se foi real.
Confesso que conheci Hamilton há
pouco tempo. Não ando tão atualizada em termos culturais, infelizmente. No
final de fevereiro, ele esteve em Cuiabá para uma apresentação com a Orquestra
do Estado de Mato Grosso e fiquei encantada com o seu talento, virtuosismo e
simpatia.
Quando soube que faria um show em
Cuiabá, mal acreditei, mas fiquei indecisa quanto a ir, por incrível que
pareça. Bendita a hora em que decidi deixar a preguiça e o receio de ir sozinha
de lado!
O show foi lindo! Durante pouco
mais de uma hora (como houve um certo atraso no início, não posso precisar a
duração), Hamilton fez uma apresentação impecável. Foi uma verdadeira
viagem por ritmos brasileiros ao som de apenas um bandolim que, nas mãos de
Hamilton, alcança sonoridades impensáveis. É um violão? Um banjo? Um
cavaquinho? Um avião?
Não, é Hamilton no bandolim.
As imagens belíssimas projetadas
nos painéis ao fundo do palco intensificam a sensação de viagem. Barulho de
chuva (que delícia!), de cachoeira, de sons típicos de uma típica paisagem
nordestina e até de buzinas de carros são os companheiros de Hamilton nessa
viagem musical.
O artista cantou uma composição de
sua autoria (parceria com Diogo Nogueira e outro nome que me fugiu). Brincou
com o público dizendo que estava cansado de tocar "Brasileirinho"
para, em seguida, tocar o hit de Waldir Azevedo em vários ritmos (até no ritmo
do lambadão cuiabano). Compôs um tema no palco ao falar sobre o que é
inspiração.
O mais incrível é que ele
praticamente só interpretou composições suas, ou seja, temas desconhecidos para
o público. A exceção, além do já citado "Brasileirinho", foi uma
rápida menção à música "Naquela mesa", composta pelo jornalista
Sérgio Bittencourt para homenagear o pai, outro gênio do bandolim: o grande
Jacob do Bandolim. Uma forma de Hamilton reverenciar aquele que talvez seja o
maior nome do instrumento no Brasil.
Em resumo, um espetáculo que valeu
cada segundo. Nem preciso dizer que virei fã de carteirinha de Hamilton de
Holanda.
PS. Fiquei com uma dúvida: o Teatro
Zulmira Canavarros (da Assembleia Legislativa) com estacionamento liberado é
tudo de bom para quem tem carro, mas como será a situação de quem depende de
transporte público?
2 comentários:
Martha, mais uma vez vc consegue, através do seu seu texto, me transportar para um show. Agora estou ansiosa para assistir pessoalmente a um show do Hamilton.
Legal! Sou boa nisso, né? Grata pelo comentário! Você iria amar o show dele, ou melhor, você vai amar!
Postar um comentário