No último domingo, estive no Rio de Janeiro com a finalidade de participar de um encontro de colegas do Colégio Santo Inácio, em comemoração aos 40 anos da Turma de 1974.
Encontrei casualmente um colega dessa turma durante uma caminhada pela Praia de Ipanema na manhã desse domingo. Perguntei a ele se pretendia ir ao encontro e ele respondeu: "Boa lembrança". Mas não apareceu.
Meu colega deve ter suas razões para não ter ido ao encontro, como muitos não foram.
Mas houve outros que vieram de fora - de Brasília, São Paulo, Santa Catarina. É claro que todos têm parentes no Rio como eu e aproveitaram a viagem para rever a família e outros amigos.
Para mim, o encontro foi muito significativo, embora frustrado pela impossibilidade de ficar mais tempo já que precisava pegar o avião de volta a Cuiabá para trabalhar no dia seguinte (tentei uma folga na segunda, mas não consegui).
Embora tenha aproveitado o encontro para um papo mais longo e privado com uma de minhas melhores amigas, eu precisava de mais tempo para poder saborear melhor o reencontro com os colegas do CSI.
Mesmo que eu fique mais 40 anos sem rever aquelas pessoas, gostaria de poder sentir melhor em que se transformaram aqueles jovens cabeludos, de uma época em que muitos de nós insistiam em ir à escola (uma das mais tradicionais do Rio) de Havaianas (daquelas antigas, de solado branco) e calças jeans surradas. E os cabelos? A maioria dos meus melhores amigos se escondia atrás de vastas cabeleiras que lhes davam um ar rebelde e charmoso, no meu ponto de vista.
Fico me perguntando em que se transformaram aqueles jovens. Quantos realmente realizaram seus sonhos de juventude? Sei que alguns já nos deixaram e muitos deles foram lembrados no breve discurso de um colega, que não tive o prazer de escutar pessoalmente.
Para muitos desses meninos, que estudaram no Santo Inácio desde crianças, aquele prédio, aqueles pátios e corredores guardam muitas lembranças. Talvez alguns deles não guardem tão boas lembranças daqueles tempos e por isso sequer tenham vontade de rever os colegas. Talvez.
Para mim, mesmo que eu só tenha passado três anos lá, o Santo Inácio representou muito. Foi lá que consegui pela primeira vez me aproximar de meninos - seres que me pareciam extremamente assustadores. É claro que aos 16 anos eu já tinha tido alguns namoricos e, na verdade, não namorei ninguém no Santo Inácio, mas fiz muitos amigos, tive algumas paixões e sei que, modéstia à parte, também despertei paixões.
Foi um tempo de muitas descobertas e guardarei para sempre o prazer de tudo que aprendi, em sala de aula, nos corredores, no pátio e nos encontros na casa de Correias.
Realmente gostaria de ter ficado mais, talvez até para reencontrar nos olhos e nas lembranças de meus colegas a adolescente tímida e sonhadora que fui nos anos 70.
É mais talvez eu precise reencontrar essa menina sozinha ... Talvez eu nem a reencontre mais.
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