Quem
me conhece sabe que adoro música. Mas não é qualquer música. A boa música (sei
que é um conceito subjetivo) me comove, me faz acreditar no ser humano. Hoje,
por exemplo, eu me emocionei ao saber que o músico fluminense Egberto Gismonti,
um de meus ídolos, vai se apresentar na Sala Cecília Meirelles, na abertura do
Festival Villa-Lobos, com a Camerata Romeu, uma orquestra só de mulheres. Como gostaria de estar lá!
Há
pouco recebi uma mensagem de um jovem violonista mato-grossense André Luiz Chitto de
Oliveira, que conheci há algumas semanas numa memorável apresentação de Guinga
e seus alunos no Teatro do Sesc Arsenal, em Cuiabá. Ele sugeriu que eu falasse
no meu blog da morte do violonista Roland Dyens no último dia 29.
Fiquei
lisonjeada com o aviso do André e um pouco envergonhada também. Eu não conhecia
Roland Dyens. Agora conheço um pouco graças aos vídeos enviados pelo violonista
mato-grossense.
Roland
Dyens nasceu na Tunísia, mas se naturalizou francês. Segundo André, ficou
conhecido pelos violonistas não só pelo alto nível interpretativo, mas também
por suas composições e arranjos - muitos deles de música brasileira de compositores como Tom Jobim, Baden Powell e Pixinguinha.
Incrível,
né? Esses compositores são valorizados por um músico francês e muitas vezes não
são devidamente valorizados em seu próprio país.
Faço
uma analogia com Egberto Gismonti, valorizadíssimo na Europa e em outros
continentes e praticamente desconhecido em seu país. É uma pena.
Eu
me sinto privilegiada por ter ouvido Gismonti, que até hoje me encanta e por
ter tido acesso a uma cultura musical diversificada, já que estudei violão erudito,
frequentei a Pro-Arte (no Rio de Janeiro), o auditório do IBAM (os
saudosos concertos gratuitos das segundas-feiras), a Sala Cecília Meirelles e o
Teatro Municipal. Assisti a concerto épicos (como o do músico Keith Jarrett) e
a outros incríveis no Free Jazz Festival.
Uau,
a mensagem do André Luiz está me levando a um passado do qual sinto muitas
saudades e é melhor parar por aqui. Ainda bem que hoje temos a internet e
ferramentas como o YouTube para matar as saudades e a sede por conhecimento de
músicos estudiosos como o André. Lamento apenas que a maioria dos jovens se
contente em ficar restrita aos sucessos do momento. A propósito, confira aqui um dos links enviados por André.
Nenhum comentário:
Postar um comentário