segunda-feira, 28 de maio de 2012

Filmes que fazem pensar (e chorar)



Assisti a vários filmes em DVD neste fim de semana. Vi "O Palhaço" de Selton Mello, "Vidas cruzadas" (The help) e "A fonte das mulheres".  Gostei dos três, mas vou me ater aqui aos dois últimos.
Acho que todo jornalista e/ou escritor deveria assistir a esses filmes, que falam sobre amor, solidariedade, preconceito, amizade e sobre a escrita e seu papel transformador.
Acredito que muitos de meus leitores devem ter visto os dois filmes, mas não posse me furtar a contar um pouco a história de ambos. O primeiro, ambientado nos EUA dos anos 60, é um soco no estômago: como é possível tanta segregação, tanto ódio por uma questão de diferença de cor? Mas a mensagem final é de esperança e a escrita se faz presente através de uma jovem que se propõe a escrever a história das mulheres negras que eram utilíssimas como empregadas das famílias brancas, porém discriminadas, humilhadas e exploradas por suas patroas. Isso soa familiar para alguém?


O segundo filme, "A fonte das mulheres", do diretor Radu Mihaileanu, é tão bom ou até melhor que o anterior. Fala de uma situação ainda mais contemporânea, porém a história se passa numa aldeia, "em algum lugar entre o Norte da África e o Oriente Médio". Temos também mulheres exploradas, espancadas e humilhadas por seus maridos numa sociedade árabe, mas eis que duas delas - uma mais nova, Leila, e outra mais velha - rebelam-se contra a tradição e têm coragem para liderar uma luta por água (elas tinham que buscar a água numa fonte afastada por um caminho tortuoso e cheio de perigos) e outros direitos básicos. O filme é cheio de metáforas (o caminho tortuoso e cheio de pedras que leva à água, fonte de vida e chave para a mudança) e tem interpretações fabulosas. Sem falar na música, que tem uma presença fortíssima como fundo ou como arma de luta.
O filme tem uma das cenas de amor mais lindas que já vi na minha vida e termina (não vou contar o final, juro) com a frase "A fonte das mulheres é o amor". Mais lindo, impossível! E pensar que a gente perde tanto tempo assistindo a tanta bobagem no cinema.


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