quarta-feira, 25 de abril de 2012

Elton Medeiros no Chorinho




Em primeiro lugar, quero me penitenciar por não ter levado minha máquina para registrar o show de abertura do novo espaço do Chorinho. Pedi carona a um amigo e, para variar, me atrasei. Quando ele chegou, eu ainda não estava pronta e tiver que correr. Com isso acabei arrumando a bolsa às pressas e me esqueci de pegar a máquina. Azar meu!
A sorte que tinha vários fotógrafos lá e acredito que, em breve, poderei postar aqui fotos da nova sede do bar Choros & Serestas, matando a curiosidade dos amigos que me seguem e já têm o Chorinho como referência em Cuiabá.
A noite foi ótima. Casa cheia, pessoas excitadíssimas com a novidade e rasgando o verbo em elogios para Marinho, o dono do Chorinho há 19 anos. A propósito, Marinho, mais habituado a dedilhar com maestria seu violão de 7 cordas, estava super nervoso com tanta coisa para resolver. Mas, tanto ele quanto Fátima, sua mulher e administradora do Chorinho, estão de parabéns.
Ontem, eu não estava repórter: não levei relógio, nem papel e caneta para anotar detalhes da programação. Sei que a primeira apresentação, do violonista Joelson Conceição, acompanhado de músicos como Marquinhos no bandolim, deve ter começado por volta de 22h30m e a música instrumental - e maravilhosa - serviu como um esquenta para o show principal.
Elton Medeiros e seus acompanhantes (Paulão 7 cordas e Márcio Huck no cavaquinho, além de Joacir no pandeiro, mais conhecido entre nós como Madalena) já estavam a postos numa mesa perto do palco. Elton está bem velhinho, vai completar 82 anos em julho. Apesar do aspecto franzino e uma certa dificuldade para andar, fez um show muito digno, comovente e animado em alguns sambas, como "Meu sapato já furou", "Onde a dor não tem razão" e "O sol nascerá".
Entre um samba e outro (apresentou várias parcerias com Paulinho da Viola, Cartola e Zé Keti, além de outros compositores), Elton fez questão de contar histórias sobre os parceiros consagrados com quem conviveu em décadas de samba. Infelizmente, pouco consegui escutar, embora estivesse muito perto do palco e fizesse o maior esforço para entender. Além da pouca potência da voz do sambista, muitas pessoas tiveram um comportamento no mínimo desrespeitoso, continuando a conversar e até falando alto. Não consigo entender isso: pessoas que gostam de samba não são capazes de se calar por alguns minutos para ouvir um senhor sambista de mais de 80 anos!
Mas, apesar dos pesares, o show transcorreu bem e Elton Medeiros deu conta do recado. Pena que nem todos souberam escutá-lo.
Depois da apresentação do artista principal, a competente Orquestra de Buteco (com Marcelinho à frente como cantor) tomou conta do pedaço. Como ontem, excepcionalmente, não havia lugar para dançar (o espaço estava totalmente tomado pelas mesas), minha carona ia embora e eu precisava trabalhar hoje de manhã, deixei o Chorinho por volta de 1 hora da madrugada (depois de comer um pedaço do bolo maravilhoso do aniversário do trompetista Toni), mas a casa continuava cheia e certamente o samba não ia acabar tão cedo.
O novo Chorinho ficou um espetáculo!

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