sábado, 28 de fevereiro de 2009

Semelhanças

Gente, folheando hoje revistas do carnaval num salão de beleza (ah, que saudades dos tempos da Manchete, Cruzeiro e Fatos&Fotos, aquilo sim era cobertura de carnaval), constatei uma coisa que eu já suspeitava: a dona Marisa (a do Lula) está a cara da dona Dulce (a do general Figueiredo). O mesmo jeito de perua, o mesmo olhar "não estou nem aí". Será que as semelhanças param aí?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Cachê

Tenho que compartilhar isso com os meus leitores: ontem recebi o primeiro cachê da vida como cantora! Trezentos reais pela participação no Cantorum ao longo de 2008. Foram oito apresentações e esse dinheiro é fruto do projeto apresentado e aprovado pela Secretaria de Estado de Cultura. Fiquei muito feliz porque não esperava. Fiquei muito feliz também de recomeçarmos nossos ensaios na próxima semana. Vai ser duro porque teremos dois ensaios por semana e estou trabalhando até final de maio num projeto paralelo à revista, mas eu não podia ficar de fora e perder o bonde do Cantorum. É uma das coisas mais importantes da minha vida hoje. Nem sei explicar. Cantar é a realização do meu primeiro sonho, do primeiro desejo consciente da minha infância. Cantar me torna extremamente feliz.
O repertório do Cantorum pode ser restritivo de alguma forma (música sacra), mas é belo e sou muito grata ao André Vilani, nosso regente, pelas lições que nos dá e pela confiança que deposita em mim. Muito grata mesmo. Ele disse que cantaremos mais, com mais assiduidade este ano. Tomara.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Essencial

Tenho que respirar fundo para iniciar esse post. Um amigo me chamou pelo msn, não falou nada de interessante e terminou a conversa com o típico "Fique com Deus". Acho que a intenção dele era boa, mas confesso que fiquei irritada. As pessoas usam demais o nome de Deus, elas se acham no direito de falar por Deus. Quem é Deus? O que é Deus? Confesso que não sei.
Quanto mais amadureço, mais leio, mais ouço, menos sei. Acredito que Deus é apenas uma questão de fé. Alguns tem esse dom, snão. Uns precisam desesperadamente acreditar, outros nem tanto. Talvez, um dia, chegue a minha hora.
Mas não era sobre isso que queria falar e sim sobre outro assunto. Li um livro fantástico na semana passada: "Criança 44", de um jovem escritor inglês Tom Rob Smith. Eu não tinha ouvido falar nada sobre ele e a maioria das pessoas com quem comentei sobre o livro também não o conhece. É um daqueles romances que a gente não tem vontade de parar de ler. Eu li em três ou quatro sentadas. O livro se passa na Rússia stalinista, num clima opressivo, mas, por incrível que pareça, a sua leitura me deu uma chacoalhada. De repente, é como se o meu apartamento com suas paredes descascadas e precisando de pintura parecesse uma mansão hollywoodiana. A minha comida é dos deuses. Nunca apreciei tanto o arroz com feijão e o franguinho da Cida. É como se eu ficasse cansada de me preocupar com tanta besteira e resolvesse me ligar no que é essencial. E o que é essencial?
Não vale dizer, como o pequeno príncipe, que é invisível aos olhos ...
Essencial é fazer o que a gente gosta, que dá prazer e não faz mal a ninguém; é procurar ser coerente, é não deixar de acreditar nos nossos sonhos e ideais, mesmo que eles pareçam tão carcomidos pelo tempo. É amar quem nos ama e buscar mais motivos para amar quem não nos ama. É não esperar tanto das pessoas e nem de si própria. É não se contentar com tão pouco de algumas pessoas. É cantar no Cantorum, fazer yoga, dançar no Chorinho e botar a vida financeira em ordem para pintar o apê, poder comprar coisas melhores e viajar ... viajar muito!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval

Esse meu carnaval está muito doido! Sábado, fui pro Chorinho e dancei até. Ontem e hoje, durante o dia, trabalhei num projeto que prefiro guardar em segredo. Mas domingo, à noite, fui de novo ao Chorinho para um show duplo de Paulo Monarco e Triero e me esbaldei.
Desculpem a falta de modéstia, mas estou me tornando uma grande dançarina de samba. Ontem dancei com um carinha, daqueles que dançam samba bem pra caramba, tipo academia de dança de salão, e mesmo sem estar praticando em academia, mandei muito bem. O carinha até falou que eu dava de 10 a zero nas mocinhas que estavam por lá. Isso não é exatamente um elogio (ou é?), mas me deixou meio orgulhosa. Bom mesmo foi dançar ... Show de bola.
Enfim, descobri que tenho uma relação fantástica com a música, com a dança. Quisera ter descoberto isso e ter essa liberdade quando tinha 20 anos e ainda morria de vergonha de dançar.
Bom, pelo menos ainda tenho disposição para dançar horas seguidas e ser elogiada por um montão de gente. Hoje, vou descansar. Mas. amanhã pretendo curtir a noite no Chorinho com Paulo Monarco e Luciana Bonfim.
É engraçada a minha relação com o carnaval: adoro brincar, fico morrendo de vontade de passar um carnaval em Olinda ou então retornar à Sapucaí só pra curtir, mas quando eu era pequena e brincava s salões do Fluminense, nas Laranjeiras, tive uma crise de consciência aos 10, 12 anos. De repente, questionei qual era o sentido de tanta alegria e de ficar ali pulando como uma cabrita. Não sei. Mas que é bom é. E nesse mundo sem sentido quero mais é buscar minha energia dançando. Feliz carnaval a todos!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

De coração apertado de novo

Esqueci de contar que hoje novamente estou com meu coração apertado. Mais uma outra filha está na estrada a caminho da folia carnavalesca no interior de Minas Gerais.
Fico feliz por ela (como é bom, às vezes, ter 16 anos, quase 17!), porém não consigo deixar de ficar apreensiva por causa da estrada, dos excessos do carnaval, etc.
Como diz a sabedoria popular: ser mãe é padecer no paraíso. Se eu não tivesse filhos (como cheguei a planejar), provavelmente, sentiria que faltava alguma coisa em mim.
Posso me orgulhar de ter tido filhos, plantado árvores (mais de uma, em Cáceres) e escrito um livro. Já deixei minha pegadas no planeta e me orgulho delas.

Experiências como escritora

No final da tarde de ontem participei de uma atividade com alunos de ensino médio de um dos maiores colégios de Cuiabá (o Master). Fui a convite da Editora Entrelinhas, que publicou meu livro (Cantor de amor e saudades) em 2005, e só sabia que era um evento sobre leitura com a presença de autores mato-grossenses. Fui meio sem saber o que encontrar motivada principalmente pelo desejo de atender a uma solicitação do pessoal da Entrelinhas, sempre muito bacana comigo.
No início, fiquei meio perdida no ginásio da escola, onde se improvisaram estandes de editoras e livrarias de Cuiabá. Acho que eu não estava com cara de escritora (como é cara de escritor?) porque nenhum dos alunos me procurou para conversar. Enquanto isso, outro escritor convocado pela Entrelinhas, o médico Ivens Cuiabano Scaff, estava constantemente cercado pelos estudantes na mesinha instalada no local. Ele tinha chegado primeiro e assumiu o posto de escritor-a-ser entrevistado para o trabalho da escola. Mas, assim que deu uma brecha, eu me aproximei e comecei a dividir com ele e outra escritora que chegou logo depois, Daniela Freire, a função de responder aos alunos.
Foi gostoso. Primeiro, porque me dei conta novamente do imenso prazer que tenho de falar do meu livro. Meus olhos se iluminam, tenho que me controlar para não me empolgar demais. Segundo, porque foi muito legal ouvir as perguntas de alguns jovens, sentir o interesse e a aplicação deles ao trabalho. Quando a gente é mãe de adolescente, percebe quando eles estão de saco cheio de ouvir adultos ou se estão curtindo.
Foi interessante também ouvir as respostas e conhecer a experiência dos outros autores, principalmente do Ivens, que faz poesia e literatura infanto-juvenil e é um escritor profícuo e entusiasmado. Tiramos dezenas de fotos com os alunos que provavelmente serão utilizadas para ilustrar os trabalhos. Achei muito legal a iniciativa do Colégio Master num momento em que fala-se tanto em educação e cultura, mas muitos jovens não se interessam em ler ou escrever.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ser jornalista

Meu humor anda tão instável quanto o de uma adolescente. Tem dias em que acordo terrivelmente triste e desanimada; em outros, como hoje, inexplicavelmente, minha cabeça parece no lugar e consigo me entusiasmar diante das tarefas ordinárias do dia-a-dia.
Não posso dizer que minha vida seja exatamente uma rotina, já que sou jornalista e jornalistas não deveriam seguir uma rotina rígida, mas sempre que caio numa espécie de rotina e me sinto aprisionada na "redação" acabo ficando angustiada e infeliz.
Isso me remete a um pensamento que me veio à cabeça nos últimos dias. Por que escolhi ser jornalista/repórter (você pode ser jornalista sem ser repórter)? Por achar que a profissão de jornalista me daria permissão para visitar locais inusitados, conhecer pessoas (famosas ou não) com as quais não falaria habitualmente, ouvir suas histórias, me emocionar. Em outras palavras, ser jornalista me permitira sair do meu mundinho, me daria motivos (ou melhor, me forçaria) a vencer minha timidez, que não sei se é natural ou de uma certa forma imposta pela família.
Ao longo do tempo, o jornalismo me possibilitou isso muitas vezes, porém sempre que me sinto frustrada, sinto que feneço. É claro que nem sempre isso ocorre apenas por força das circunstâncias externas, existe um lado meu que é medroso e tende a se acomodar, e até sonha com o conforto da proteção de alguém de fora. E sempre que me toco que, em última instância estou sozinha, sofro, porém de alguma forma acabo saindo mais fortalecida.
PS. De repente me deu vontade de dedicar esse post a meu cunhado, Ivo, que faria 79 anos (é isso mesmo?) hoje. Engenheiro do antigo DNER, ele foi uma pessoa muito significativa num período da minha vida. Culto, dono de uma biblioteca muito boa e de discos idem, sempre me recebeu em sua casa e seu coração com muito carinho e admiração. Tenho saudades de nossas viagens a Teresópolis, nossos almoços e jantares regados a boas bebidas e nossas conversas intermináveis. Bons tempos ...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Variações sobre o mesmo tema

Cada vez surgem mais indícios na mídia de que a história da brasileira "agredida" na Suíça teria sido forjada. Como diz a revista Veja esta semana, de qualquer maneira é uma história triste.
Eu me baseei no ocorrido para fazer alguns dos meus últimos posts. Bom, se comi uma "barriga", outros blogueiros bem mais experientes e com um público leitor infinitamente maior também comeram.
Não vou me esticar muito na análise desse fato agora, mas ele serve de alerta em dois sentidos: nem tudo é o que parece, em primeiro lugar; as pessoas estão cada vez mais loucas.
Ontem li que aquele rapaz que matou e retalhou a namorada inglesa é um psicopata. Esse argumento poderá ser usado pela defesa para diminuir sua pena. Quem sabe poderemos tê-lo de volta às ruas em breve? Mais um psicopata nas ruas. Fico pensando nas minhas filhas e suas amigas que aprendi a amar. Será que elas vão conseguir identificar os eventuais psicopatas que cruzaram seus caminhos?
A propósito, hoje um desses malucos cruzou literalmente nosso caminho quando eu levava minha filha mais nova à escola. Um rapaz atravessou a rua sem olhar e eu resisti ao desejo de buzinar. Ainda bem. Minha filha disse que ele é um desses pittboys que vive caçando briga em festas. Numa ocasião deu um soco num cara e quebrou seu nariz porque achou que a festa estava muito sem graça. E eu que achava o personagem de Duda Nagle na novela "Caminho das Índias" exagerado ...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Na natureza selvagem

No domingo assisti a um filme lindo e muito triste: "Na natureza selvagem" (Into the wild), dirigido pelo ator Sean Penn. Nem todo mundo conhece esse filme, que, não arrastou multidões ao cinema e conta uma história baseada em fatos reais. O protagonista, que se identifica como Alexander Supertramp, é um idealista - ou simplesmente um cara pirado que decide viver uma aventura radical depois de se formar. Ao longo do filme e de sua preparação para a grande aventura no Alasca ele conhece pessoas bonitas que o "adotam" como filho e outras que o amam. Mas ele segue obstinado em direção à sua aventura solitária para descobrir no final que felicidade é compartilhar.
Além de assistir a esse filme num repouso pousado por uma pequena intervenção cirúrgica, comecei a ler o livro da minha filha, "Criança 44", romance de estréia do autor Tom Rob Smith. Extremamente triste e envolvente.
Junte-se a isso as notícias tristes do Fantástico (quase não assisti, mas foi suficiente para ouvir coisas tristes) sobre o vaqueiro preso, torturado e condenado injustamente; o crime ocorrido na Amazônia envolvendo indígenas e uma comunidade miserável, e as brigas e morte relacionadas ao futebol, mais um telefonema familiar me relatando outra história triste e pronto, temos uma pessoa triste começando mais uma semana de trabalho.
Dizem que o trabalho enobrece ... Pode ser. O que eu sei que ele paga minhas contas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Coração de mãe

Quanto mais vivo, menos entendo a humanidade. Vinha pensando hoje no caso da brasileira agredida na Suíça por três rapazes apontados como neonazistas. Esse caso, amplamente divulgado pela mídia, contraria toda a nossa lógica. A moça não é uma imigrante ilegal, tem trabalho, companheiro suíço e morava num país de primeiro mundo. Além disso, vivia um momento ímpar na vida de qualquer mulher: a primeira gravidez. Tudo isso desmoronou como um castelo de cartas com uma agressão covarde e gratuita, e o pesadelo que se iniciou com a frieza da polícia que deveria proteger qualquer cidadão, seja ele suíço ou terceiro mundista.
O que me doeu muito também foi o fato dela estar conversando com a mãe no celular no momento da agressão, fato que, inclusive, pode ter motivado a agressão, já que os atacantes, xenófobos, teriam ouvido a sua conversa numa língua estrangeira.
Eu penso tudo isso enquanto me preocupo com minha filha, de 19 anos, que viajou ontem para o interior de São Paulo, ao encontro de uma amiga. Ela foi de ônibus e é a primeira vez que viaja sozinha. O que pensar? Para quem apelar? Pra Deus? Mas por que Deus não protegeu a brasileira agredida na Suíça?
Sinceramente, não sei. Só sei que meu coração ficou (e ainda está) apertadinho quando minha filha, minutos após embarcar, me mandou uma mensagem pelo celular: "Te amo mãe". Nesse instante todas as reclamações anteriores por causa do atraso dela para descer e outras coisitas mais ficaram pequenas demais. Eu só conseguia pensar no imenso amor que tenho por ela e como gostaria que fosse ainda pequeninha para que eu pudesse pegá-la no colo ou puxá-la pela mão de modo a conservá-la perto de mim.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ironia

Olha que ironia: acabei de ler no site Comunique-se que 30 jornalistas da Editora Símbolo (SP) entraram em greve reivindicando o pagamento de salários atrasados (parte de dezembro, 13º e janeiro). O lado irônico do caso é que o carro-chefe da empresa é uma revista chamada "Chiques e famosos", um clone da "Caras", provavelmente encontrável nos melhores salões de beleza e consultórios das cidades brasileiras.
Deve ser fogo estar com salários atrasados e ficar cobrindo festas e o dia-a-dia dos "chiques e famosos".
A propósito, a empresa diz que não tem recursos para pagar os atrasados.
Quem sabe se fizesse uma vaquinha entre os "chiques e famosos"?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Poesia

Onde está a poesia da vida? Uma vez li uma frase muito legal do poeta Manoel de Barros em que ele dizia mais ou menos assim: uma palavra é poética desde que ela dê alarme, que surpreenda.
Onde está a poesia da minha vida?
Confesso que estou com um pouco de dificuldade para encontrá-la. Fico meio sucumbida em meio a contas a pagar, problemas a resolver, tanta notícia ruim na TV, na internet.
Fico irritada com a monotonia da minha vida, mas quando surge o inesperado ... tenho medo ou não sei lidar com ele.
Acho que estou sentindo falta de férias ... Mas vou ter que aguentar esse tranco por mais um tempo e encontrar poesia em meio aos paralelepípedos.
Estou sentindo uma falta imensa de ter mais contato com a natureza, de tomar banho de rio, de mar, de cachoeira ... andar na trilha, ver por do sol. Enfim, de curtir o que esse mundo tem de belo. Estou com saudade do amor ...
Pelo menos estou ciente disso e do que me faz bem. É só uma questão de tempo e reorganização interna.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Dúvidas existenciais

Hoje não tenho nada de inteligente para dizer, nada de inspirador. Pode ser egoísta, pode ser politicamente incorreto, que se dane!
Hoje quero apenas reclamar um pouco. Tem horas que minha carga me parece pesada demais: educar filhas (ainda dá tempo?), cuidar delas, pagar contas, administrar desejos e deveres (meus e delas), trabalhar para garantir o sustento da casa, cuidar da saúde (minha e delas) e ainda parecer/ser bonita, inteligente, justa, sagaz. Cansa ...
Sabe acho que nunca teria filhos de soubesse que teria que criá-los sozinha... Fico danada com o pai que só liga uma vez a cada 15 dias, mas penso que também fui responsável por isso ao tomar para mim todas as decisões, toda a responsabilidade pela criação e educação das meninas, após a separação. Coisa de família matriarcal.
Tenho medo de não ter tomado as decisões certas e ultimamente tenho me questionado muito sobre a minha (in)capacidade de passar a elas valores mais firmes, crenças mais profundas.
Imaginem que até hoje ainda não descobri as respostas para aquelas três perguntinhas básicas: de onde viemos? quem somos? para aonde vamos? Tem horas que penso que morrer é só descansar, mas no instante seguinte eu me questiono: tudo isso - tanta angústia, tanto sonho, tanto esforço - para chegar uma hora morrer e pronto, acabou?
Só pra dar um toque de realidade a esse post: o vereador mencionado no post anterior pediu licença de 90 dias, disse que foi vítima de uma armação e vai continuar recebendo seu "mísero" salário de R$ 9 mil.
PS: Acho que estou assim angustiada porque há uns 15 dias não sei o que é enxergar direito. Vejo bem com uma vista e com a outra estou vendo tudo embaralhado. Isso me estressa tanto!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Tudo pela juventude!

Não resisto a fazer o registro desse fato. Um vereador de Cuiabá, Ralf Leite (PRTB), foi preso sob acusação de atentado ao pudor, desacato à autoridade, falsidade ideológica, etc. Ele foi pego fazendo sexo oral em sua Pajero com um travesti de 17 anos, que o acusou de não pagar o combinado (essa parte da história está mal contada). Justificar
Procuro na internet alguma informação a mais sobre o "nobre" edil de primeiro mandato e descubro uma matéria de 15 de janeiro passado que diz que Leite "pretende priorizar a juventude, conscientizando-a da importância de uma juventude envolvida com os trabalhos do legislativo" (www.jusbrasil.com.br)
Estava tudo previsto ... Só não viu quem não quis.
Argh, por essas e outras que estou cada vez mais desolada com nosso Poder Legislativo! Até quando vamos aguentar esse tipo de parlamentar? Ou eles são apenas um reflexo de nós mesmos, eleitores? Eu, pelo menos, me sinto cada vez menos representada.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Desabafo

Estou desolada e confusa. Ontem passei horas na sala de espera de uma clínica de olhos fazendo teste com lentes de contato e, enquanto aguardava, por falta de leitura melhor, fiquei lendo revistas Veja do ano passado (alguém me responde: por que a gente só encontra revistas antigas nos consultórios e clínicas onde a espera é maior?).
Entre vários assuntos li uma matéria muito interessante com acusações pesadas ao presidente da Comissão de Ética da Câmara Federal, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS). O cara é acusado de recepção de jóias roubadas, agressão, exploração sexual e mostra-se extremamente arrogante e agressivo no papo com o repórter.
Hoje, leio em O Globo sobre a nada discreta propriedade do novo corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), em estilo medieval numa área de 192 ha, no município mineiro de São João Nepomuceno. Mais uma vez, o cara - que se aposentou como sargento, se não me falha a memória, e é dono de empresas de segurança - mostra-se arrogante e totalmente desdenhoso com os profissionais da imprensa que o procuraram para falar sobre a venda do imóvel.
Sei que já virou lugar comum falar mal de políticos e das nossas "casas da lei", mas como exigir seriedade, estudo, empenho de nossos meninos se o país está coalhado de exemplos desses: gente que pouco estudou, envolveu-se em atividades suspeitas (para dizer o mínimo), no topo do poder, agraciada com cargos bacanas e de responsa, enquanto muita gente que estudou, ralou, anda por aí desacreditada e ralando mais ainda para pagar suas contas?
Tenho ou não motivo para ficar desorientada?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mudar para não mudar

Desculpem-me, mas hoje estou com vontade de vomitar ... De nojo desse mundo. Desde ontem à noite, quando vi o Jornal Nacional. O episódio ocorrido no litoral do Paraná envolvendo um casal de namorados e um assassino e estuprador; o conflito entre polícia e moradores de uma favela em São Paulo e a eleição de Sarney e Temer como presidentes do Senado e Câmara dos Deputados.
Todos esses acontecimentos contribuem para que eu me sinta deprimida e pessimista. Vou ater meus comentários à eleição que, segundo o comentarista do site Ofiltro, foi marcada por traições. Gente, que Congresso é esse onde as eleições das lideranças são marcadas por traições, troca de interesses? Talvez seja assim em todo lugar e isso só torna as coisas ainda piores. Mas aguentar Sarney - o biônico que se mantém no poder desde os tempos da ditadura - e aquele Temer com cara de mordomo assassino é duro e bastante desalentador.
Fico me perguntando: todos os movimentos políticos recentes - a geração de 68, a criação do PT, os caras-pintadas - não mudaram a essência de nossos políticos? Foi tudo em vão?
Ah, detalhe, Renan Calheiros foi um dos grandes articuladores da vitória de Sarney.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O apelo da natureza

Novamente é segunda-feira e estou me sentindo que nem o Garfield, personagem divertido de quem tenho muitas saudades. Hoje, pra complicar, começaram as aulas da minha mais nova e tive que acordar mais cedo (bem mais cedo do que gostaria) e ainda por cima fiquei no telefone até tarde com minha irmã do Rio que precisava acordar ainda mais cedo do que eu.
Falamos sobre questões relacionadas à saúde de pessoas querida da família e, mais uma vez, me toquei de que estamos todos envelhecendo e caminhando inexoravelmente para a morte que, dependendo do ponto de vista, pode não ser um fim. Em que eu acredito? Sinceramente? Não sei e, mesmo assim, continuo me atendo tolamente aos penduricalhos, às coisas tão sem importância.
Ando com muita saudade de natureza. O máximo de contato com natureza que tenho conseguido ter nos últimos anos é através de algumas reportagens que faço pela revista onde trabalho e eventuais passeios à Chapada quando alguém de fora vem me visitar. É muito pouco para uma pessoa que realmente adora bicho (cavalo, cachorro, passarinho, barulho de sapo, grilo), verde e água corrente (mar, cachoeira, rio).
Moro tão perto disso tudo, em pleno Mato Grosso, e acabo tendo tão pouco contato com tudo isso! Logo eu que cheguei a morar em fazenda por um tempo realizando um velho sonho de infância! Pretendo corrigir isso tão logo consiga reequilibrar minha vida financeira, ciente do quanto é importante para mim. De que adianta a gente louvar as belezas e as coisas da natureza se não desfruta delas?
Eu me toquei disso tudo esta semana quando planejava uns dias de férias em Mato Grosso para uma sobrinha que mora nos EUA e pretende vir aqui em abril para acompanhar o casamento de um sobrinho. Ela está em busca de programas bacanas para fazer com as filhas e eu lhe falei de Chapada dos Guimarães, de Nobres, do Pantanal. Ontem uma outra pessoa sugeriu Jaciara com seus programas de rafting e rappel. Não conheço Nobres, nem Jaciara, embora more aqui há tantos anos e tampouco conheço alguns lugares famosos da Chapada como a Cidade das Pedras. Não conheço Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso! Fazer turismo em Mato Grosso não é tão simples, nem barato e isso me traz à irônica situação de sugerir passeios para minhas sobrinhas que ainda não fiz.