Pessoal, tô ficando velha! Ainda estou podre da viagem ... Agora, por exemplo, acabei de chegar da aula de yoga (uma delícia), tomar banho (está um calor de cão) e estou morrendo de sono. Também pudera: se eu estivesse na Europa (como há alguns dias) agora seriam 2 h da madrugada! Não é pirante?
Aos poucos, vou entrando nos eixos. É claro que o clima não ajuda. É complicado viver em Cuiabá em setembro. Hoje, quando saí do trabalho, no final da tarde, a cidade estava cinza. Tão feinha, coitada! Meus olhos ardem, minha cabeça pesa.
Mas, vamos lá.
Nem sei como resumir minha viagem à Alemanha. Estou trabalhando na matéria para a revista, onde vou tentar sutilmente passar minhas impressões. O fato é o seguinte: a Bayer CropScience, uma das empresas da Bayer (aquela da Aspirina e do slogan "Se é Bayer é bom") é uma gigante do setor de agroquímicos. Isso quer dizer fungicidas, herbicidas, inseticidas, enfim, todos os "cidas" usados para matar bichinhos e plantas que atrapalham de alguma forma a lavoura. Eles trabalham com o tratamento de sementes e com a pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de sementes (convencionais e transgênicas). É um império medido em bilhões de euros e com interesses fortíssimos no Brasil que é, como dizemos no jargão do jornalismo do agronegócio, um importante "player" no mercado mundial de alimentos e energia.
Traduzindo em miúdos, tem altos interesses e muita grana investida nisso tudo. Se a gente quiser olhar pelo lado ruim, podemos falar em toneladas de agrotóxicos sendo usadas em imensas lavouras mundão afora. Se olharmos por um lado mais pragmático, vamos ver uma empresa e seus investidores ganhando dinheiro com a produção de mais alimentos e energia para a população mundial. Afinal todos gostamos de comer e andar com nossos automóveis.
O impressionante para mim é ver o quanto a Bayer investe na mídia. Afinal éramos 40 jornalistas latino-americanos (do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, México, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, etc) sendo transportados, hospedados e alimentados para prestigiar uma entrevista coletiva anual do presidente do Conselho de Administradores da Bayer CropScience. Conhecemos superficialmente a sede da empresa em Monheim na Alemanha e visitamos a planta de biotecnologia na Bélgica. O resto do tempo foi empregado em jantares, almoços, algumas horas de estrada e muitíssimas horas de vôo.