segunda-feira, 30 de junho de 2008

Violência e dor

Pra variar, mudei de assunto no meio do caminho ... Acabei de ler a matéria do jornal O Globo sobre o assassinato do jovem Daniel na porta de uma boate em Ipanema. A dor da mãe, que vi ontem à noite na TV, é de cortar o coração. Não consigo entender por que a morte leva jovens de uma forma tão brutal.
A história está toda confusa e também não consigo entender por que o filho de uma promotora tem o direito de ir para a boate com seus amigos e ficar até de madrugada em companhia de um PM, seu segurança particular, pago com dinheiro da população.
Enfim, é mais um caso lamentável em que provavelmente não se fará justiça.
Li também que o ministro Gilmar Mendes foi assaltado quando fazia sua caminhada na orla marítima de um bairro nobre em Fortaleza. Que ladrão estúpido! Assaltou alguém que caminhava acompanhado de dois seguranças. Deve ter apanhado até e aprendido a lição... Claro que não, o círculo da violência, infelizmente, vai se realimentando da própria violência. Longe de mim saber qual é a saída, mas não acredito que seja a violência.
É engraçado que hoje vim para o meu trabalho pensando que se pudesse eu me dedicaria só ao canto, à literatura e adoraria dar aulas de inglês, redação para jovens, crianças ou adultos carentes. É o que gostaria de fazer. Continuo acreditando que é preciso criar uma corrente de energia boa em torno de mim e da minha pequena família para sobrevivermos nesse mundo com uma certa leveza. Preciso continuar acreditando nisso.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Viva a internet!

Acabei de dar um breve rolê na internet para ler emails e notícias. Hoje - me desculpem os mais engajados - evitei ler detalhes de notícias ruins como a história da mãe de 21 anos que matou a filha de 23 dias (detalhe: é o segundo filho que ela mata e ela tem outro de 3 anos!), e da jovem índia, estuprada e morta em Brasília.
Preferi ficar com a história boa da Orquestra de Flautas, que nasceu num bairro da periferia em Cuiabá dos mais violentos (Jardim Vitória) e hoje comemora 10 anos. Ou ainda com os comentários carinhosos de velhos amigos meus a este blog. Ou ainda com a mensagem que uma moça me enviou da França a partir da leitura de uma crônica que escrevi no site Página Rural sobre meu irmão Zezinho. Ela esteve na fazenda Santa Blanca, onde ele manteve uma pousada, e queria saber se estávamos "falando" da mesma pessoa. Pediu também dicas de turismo no Pantanal para amigos franceses. Respondi a ela e hoje recebi outro email super gentil, inclusive me oferecendo sua casa em Paris. Ela disse textualmente: "Estou achando que a internet é uma coisa maravilhosa!" Eu também acho: como todas as ferramentas que temos à nossa disposição, a internet pode nos levar a experiências maravilhosas. Ou não, depende do que se busca.
Mas, com certeza, adoro viver nesse mundo com internet!
PS. O concerto de ontem (Cantorum e outros corais) foi maravilhoso! A lamentar apenas o frio siberiano no Teatro Universitário: tive amigos que não suportaram ficar até o final por causa da temperatura gélida.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Livre!

Acabei de ler um release sobre o lançamento de um livro, chamado "Rico de verdade", de autoria de Roberto Adami Tranjan. Meu objetivo não é divulgar o livro, nem pretendo comprá-lo, mas a leitura do release me fez pensar em duas coisas: a primeira, estou no bom caminho (embora ainda cheia de dívidas); a segunda, acho que poderia escrever um livro de auto-ajuda.
Desculpem a minha pretensão, mas é que existe um longo caminho entre a teoria e a prática. Posso não ser a melhor educadora do mundo, nem a pessoa mais equilibrada, porém isso não impede que eu saiba o que é bom em tese e, como disse em posts anteriores, acho que estou mais próxima que nunca de aplicar os bons ensinamentos na minha vida diária.
Ontem, por exemplo, pela primeira vez de verdade, senti uma alegria imensa por não ter um "marido". É lógico que gostaria de ter um companheiro bacana, mas na falta deste eu me senti extremamente feliz por poder aproveitar as oportunidades que a vida vem me oferecendo sem ficar com medo de ferir susceptibilidades, despertar ciúmes e outras coisas do gênero.
Enfim, eu me senti livre! Até para amar outro homem.
Ah, outra descoberta de fim de tarde: você pode estar apaixonada sem ser necessariamente por outro homem (ou mulher, dependendo do ponto de vista). Eu, por exemplo, ando apaixonada pelo canto coral e pela yoga.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Concretude

Outro dia conversando com uma amiga terapeuta, ouvi várias vezes essa palavra: concretude. Gostei! Hoje vou ser mais adepta da "concretude". Vou falar de coisas mais concretas: amanhã, dia 26, às 20h, acontece no Teatro da UFMT, em Cuiabá, o primeiro concerto do Coro Cantorum depois de nossa estréia com a Orquestra de Câmara do Estado de Mato Grosso no final de março.
Nesta quinta-feira seremos ao mesmo tempo artistas e anfitriões já que receberemos convidados como o Coro da Cefet, o Coro do Departamento de Artes da UFMT e o grupo vocal masculino Alma de Gato. O repertório é variadíssimo e 100% erudito, vai da Idade Média ao século XXI. Vamos cantar uma música inédita de um integrante do Cantorum e do Alma de Gato.
Impossível falar da emoção que cerca essa apresentação. No ensaio de segunda-feira, Jefferson Neves, regente do Alma de Gato que vai reger o "Kyrie" de seu colega Gilberto, disse que estava emocionado. Comentei com minha companheira ao lado, "se sair assim na noite da apresentação, acho que vou chorar". Tomara que tudo dê certo. Acho que a cena cultural cuiabana só tem a ganhar.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Credibilidade

Estive pensando sobre o tema da credibilidade. O que vale para empresas, marcas, vale também para o lado pessoal. Acho que o maior bem que a gente tem é a credibilidade, que alguns chamam de caráter. Sempre que vejo aqueles filmes em que pessoas são condenadas injustamente fico muito assustada. Deve ser terrível dizer a verdade e as pessoas não acreditarem em você! Outro dia mesmo vi um episódio da série norte-americana "Cold case", que me impressionou muito. Dois rapazes meio "estranhos" foram condenados pelo assassinato brutal de três meninos. O caso foi reaberto (é o mote da série) e, contra todas as evidências, ficou provado que no final das contas o assassino era o pai de um dos meninos. Um dos acusados se matou na prisão e o outro foi libertado. Perturbador, não?
Mas, vamos deixar os dramas de lado, na vida real a nossa credibilidade é construída no dia-a-dia, por atitudes, comportamentos, mais do que por palavras. Acredito ser uma pessoa confiável, pelo menos tento ser, e, mais do que isso, nunca prometo o que não posso dar, nem me proponho tarefas ou prazos que não posso cumprir. Estou longe de ser perfeita ("A perfeição é uma meta", já dizia nosso amigo Gil em uma de suas canções mais antigas), porem consigo reconhecer em mim algumas qualidades que, infelizmente, parecem cada dia mais raras. Ser assim me traz alguma paz de espírito, já que não preciso fingir ser uma coisa que não sou. Será que é isso que chamam de maturidade?

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A felicidade perturba?

Estive relendo meu post anterior e o achei um pouco piegas demais. É muito estranho: trabalho com agronegócio, freqüento eventos que dizem respeito ao tema, escrevo matérias em que, modéstia à parte, consigo resumir razoavelmente bem as informações e opiniões coletadas, mas sinto uma necessidade enorme de respirar outros ares. Esse blog tem suprido essa necessidade, por isso me permito às vezes ser tão pessoal.
Mas o que eu quero mesmo comentar é sobre essa dificuldade que temos (eu, pelo menos) de dizer "está tudo bem" com convicção. Vou me explicar melhor: eu me encontrei há poucos dias com uma amiga que está vivendo um momento especialmente bom de sua vida. Ela me disse que tem medo de que alguma coisa de ruim aconteça para quebrar essa harmonia. É lógico que disse a ela para relaxar, que ela merece o que está acontecendo de bom.
É curioso isso: passamos a vida sonhando, lutando pela felicidade, mas quando ela chega, achamos que vai nos escapar pelos dedos. Por alguma razão insensata, achamos que não merecemos ser felizes ou que a nossa felicidade agride os outros de alguma forma.
Nesse sentido, venho aprendendo muito com a yoga, a cabala, a meditação (pelo menos na teoria): a "fugir" das pessoas sempre negativas e cheias de problemas, a enfatizar as coisas boas que me aconteceram e não as ruins, e, principalmente, a compartilhar sem "medo de ser feliz" as coisas boas com os outros. Enfim, quero me livrar dessa neura de que a minha felicidade incomoda, de que a felicidade é um estado absoluto e infinito, e aproveitar os bons momentos da vida.

domingo, 22 de junho de 2008

Memórias de infância

Estava eu acessando este blog quando minhas filhas adentraram no escritório me oferecendo brigadeiro e beijinho quentinhos, recém feitos. Uau, que delícia! Como resistir à tentação nesse friozinho de final de noite de domingo véspera de segunda-feira de uma semana que promete ser intensíssima!
Peço desculpas a quem estranhou a falta de vírgulas, mas é que tudo veio assim mesmo, sem pausa, sem um segundo sequer para respiração.
Hoje quero compartilhar duas coisas muito legais que aconteceram: uma foi o presente (ou melhor, os presentes) inesperado de uma nova amiga (nos dois sentidos da palavra "nova") que ainda se fez presente na tarde de domingo, com docinhos, pão doce, casadinhos, etc. Foi especialmente gostosa essa visita (nos dois sentidos da palavra "gostosa").
A outra foi um lance muito louco que rolou no ensaio do Coro Na Boca do Povo (do Sindicato dos Jornalistas). Uma companheira do naipe dos contraltos estava me falando que seu filho já sabe ler ou escrever notas musicais. Suas palavras me remeteram subitamente à minha infância e eu me lembrei que bem menina eu compus e escrevi algumas músicas ao piano. Uma se chamava "Valsa do papai", a outra "Bonequinho de neve". Das outras não me lembro mais o nome. De qualquer maneira, essa lembrança fez com que meus olhos se enchessem de lágrimas. Minha amiga nem percebeu. Eu disfarcei, é claro. Sinceramente, não entendi como uma lembrança foi capaz de me emocionar tanto. Nessas horas adoraria fazer análise para ter alguém que me ajudasse a entender o que isso quer me dizer.
Ah, já ia me esquecendo de contar sobre o show de ontem (Tributo à Luizão Maia): foi maravilhoso!

sábado, 21 de junho de 2008

Agenda cultural

Eu teria muitas coisas para comentar neste espaço, mas estou com uma espécie de vazio na cabeça. Acho que é resultado de muita coisa na cabeça. Enfim, hoje estou cansada e incapaz de vôos mentais maiores.
Quero só registrar dois eventos musicais: o show "Tributo a Luizão Maia" no Teatro do Sesc Arsenal com um dos músicos mais incríveis de Cuiabá, Samuel Smith, um baixista cheio de balanço e que toca com o corpo todo. Sem falar que não pára de sorrir enquanto toca. Ele estará acompanhado de outro baixista maravilhoso, Ebinho Cardoso, e de outros músicos. Imperdível! Com um detalhe: o preço do ingresso é um litro de leite longa vida. Melhor impossível!
O outro registro é a apresentação do Coro Cantorum, do qual tenho a honra de participar. Será na próxima quinta-feira, dia 26, às 20h, no Teatro da UFMT. O ingresso custa R$ 10 (R$ 5 pra estudante). O repertório é variadíssimo e vai de cânticos medievais e composições contemporâneas. Também imperdível!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cheiro de dinheiro

Cá estou eu novamente em viagem. Desta vez, em São Paulo, cobrindo pela primeira vez a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte).
Estou a serviço da revista Produtor Rural e não tenho a intenção aqui de fazer um post técnico e sim pessoal. É muito engraçado me ver aqui em São Paulo conversando sobre pecuária com alguns dos chamados "líderes" do setor.
Hoje fiquei super feliz, bairrista mesmo, quando vi e ouvi o empresário Otaviano Pivetta, de Mato Grosso, como um dos palestrantes do Congresso que acontece dentro da Feira. Ele falou sobre a possibilidade de produzir muito mais carne, grãos, sem derrubar uma só árvore só verticalizando a produção e fazendo a integração lavoura-pecuária nas áreas degradadas.
É sempre bom quando a gente vê a terra da gente sendo alvo de atenções e admiração e não apenas sendo enxovalhada e criticada por quem pouco conhece.
No mais, a feira é um show. Muitos bois maravilhosos. O cheiro é duro de aturar quando você passa muito perto dos cochos. ´Como me disse uma moça de uma multinacional ligada ao setor: "Não me importo com esse cheiro. É cheiro de dinheiro!"

sábado, 14 de junho de 2008

Aniversário

Quando a gente vai ficando mais velha, tem uma relação dúbia com o aniversário. É ao mesmo tempo uma celebração de vida e a certeza de que os anos estão passando. Vivemos num mundo em que se celebra loucamente a juventude, a beleza, onde homens e mulheres, principalmente, nós mulheres, morremos de medo de envelhecer, como se a idade fosse roubando nossos sonhos, nossas esperanças, nossa ingenuidade. Envelhecer é supostamente ter respostas para tudo, é não ter ilusões, é não ter dúvidas, como achávamos que nossos pais deviam ser.
Mas não é assim, cada vez temos mais dúvidas e necessidade de acreditar que tudo valeu e vale a pena. Cada lágrima, cada sorriso, cada passo, cada decisão, que de alguma forma a gente imprimiu e está imprimindo nossa marca no mundo.
Para mim a coisa mais gostosa de fazer aniversário nem é ganhar presentes, é sentir o carinho de cada pessoa, de cada amigo, cada parente que se conecta comigo, por telefone, email, mensagem de orkut ou pessoalmente. É a possibilidade de ser sentir querida, amada, importante. É o carinho das filhas que fazem bolo, brigadeiros e beijinhos de surpresa. Que surpresa boa! É também a ausência dos que não ligaram, mas que a gente sabe que pode ter sido apenas um esquecimento. Afinal, eu também me esqueço de alguns aniversários de pessoas muito queridas.
Por isso sou grata a cada mensagem e pensamento de carinho. Só por isso valeu a pena ficar um ano mais velha. Mas, voltando ao início desta história, qual a importância de ficar mais velha quando a gente ainda se sente tão criança por dentro?

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Uma questão de saúde

Quero registrar neste espaço um caso ocorrido na semana passada em Cuiabá e que me foi relatado pela namorada do personagem principal. Eu vou contar "o milagre" sem dizer o nome do santo. O rapaz, que é motoboy, caiu da motocicleta por volta de 18h30m e, como achou que não tinha se machucado muito, preferiu subir no veículo e se dirigir à Policlínica de um bairro próximo. Chegando lá, segundo minha fonte, a recepcionista não lhe "deu moral" apesar de alguns machucados visíveis e disse que o médico só começaria a atender depois das 19h. O que fez a vítima? Pegou a moto, retornou ao local do acidente, recolocou a moto no chão, sentou ao lado e ligou para o Samu, que não demorou muito a chegar e o levou para o Pronto Socorro, de onde ligou para a namorada.
Aí começa o segundo capítulo desse caso que seria cômico se não fosse sério. O ortopedista que o atendeu constatou a fratura em cinco dedos do pé e aconselhou-o a não esperar pelo SUS. O médico orientou-o a procurá-lo num hospital particular onde faria o serviço "baratinho", isto é, pela "bagatela" de R$ 3 mil. O namorado de minha amiga preferiu investir na cirurgia logo do que esperar pelo serviço público e correr o risco de ficar aleijado, perdendo ainda mais dias de trabalho.
Não é minha intenção julgá-lo, afinal, os dedos e nem a dor são meus, mas apenas retratar uma cena urbana.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Questão de prioridade

Todo mundo que tem filho e um pouco de sensibilidade deve viver se questionando se está dando ou deu a melhor educação possível para ele (ou ela). Eu não fujo à regra. Na maioria das vezes, acho que mimo demais minhas filhas, hoje adolescentes. Não soube educá-las em termos de alimentação, organização da casa, etc. Por outro lado, elas são gentis com as pessoas, não são respondonas, são razoavelmente estudiosas, alegres e têm bom coração. Será que tenho direito de exigir mais?
Por que estou dizendo isso? Ontem à noite tive uma pequena discussão com minha filha mais velha, que agora botou na cabeça que precisa pintar o apartamento. Eu concordo que o apartamento precisa de pintura, de móveis novos, mas eu não sei como fazer. Vivo me equilibrando numa corda bamba financeira, num sofrimento que começa nos primeiros dias do mês e se estica até o próximo pagamento.
Em geral, eu me divido entre dois comportamentos extremos: ora me cobro demais por ter feito escolhas na vida que não me asseguraram um orçamento tranqüilo numa etapa em que já não sou exatamente uma menina (bondade minha!); ora caio numa espécie de vitimização em que me sinto vítima dessas mesmas decisões, movidas sempre por um ideal romântico e não muito apegado ao dinheiro.
Bom, no momento, estou procurando não cair em nenhuma dessas posições. Ou seja, estou procurando aceitar as decisões que fiz (isto é, me aceitar), valorizar as coisas boas conquistadas (moro num apê legal, embora a pintura esteja feia, e gasto dinheiro com coisas que julgo importantes) e pensar numa forma de equilibrar meu orçamento (é um absurdo o que venho gastando com juros bancários nos últimos anos).
Enquanto não consigo, o jeito é respirar fundo e mostrar para minha filha que há coisas mais importantes do que uma pintura descascada. E me convencer disso também.
PS. Não venham me dizer que pintar não é caro. Eu até quero fazer um orçamento para saber, mas no momento essa não pode ser minha prioridade.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A arte de rir

Sempre admirei as pessoas que riem fácil. Na semana passada fiquei fascinada por um pesquisador da Unesp/campus de Botucatu que intermeou sua palestra sobre um assunto sério (uma praga que dá nas principais lavouras) com gargalhadas contagiantes.
Não sou de riso fácil. Muitas pessoas me consideram muito séria. Na verdade, na minha família ninguém é dado a risadas, no máximo sorrimos discretamente quando achamos graça em alguma coisa (e não é qualquer coisa que nos faz rir). É como se rir demais fosse coisa de gente boba ou de hienas que, segundo as más línguas, riem depois de comer qualquer porcaria.
Eu me lembro de rir muito em alguns filmes quando era adolescente. Acho que "O convidado bem trapalhão" (The party), um filme com o ator inglês Peter Sellers, foi um dos mais engraçados que vi até hoje, mas ri muito também em filmes de Carlitos e dos Irmãos Marx. Gostaria de rever alguns deles para saber se mantive a minha capacidade de rir.
Por que estou falando tudo isso? Porque li tantas notícias ruins nos jornais de hoje que caí naquele dilema de sempre: é possível ser feliz neste mundo? Ao mesmo tempo penso nas minhas filhas (que estão sempre risonhas), no meu coral e fico com vontade de sorrir. Até a aproximação do meu aniversário me faz feliz. Afinal, não é todo mundo que chega aos 52 anos com tanta vontade de viver e tão cheia de dúvidas na cabeça.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Uma questão de consciência

Acabei de ler que a Restinga da Marambaia, no Estado do Rio, está cheia de obras irregulares, de acordo com reportagem publicada na Folha de Sâo Paulo, que classifica o local de "menina dos olhos" do hoje ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Junto essa informação a uma nota publicada por meu colega Sérgio de Oliveira em seu blog (www.blogdoagronegocio.blogspot.com) em que questiona a competência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) para cuidar da Floresta Amazônica e outros biomas do estado se não consegue cuidar de um parque que está a poucos metros de sua sede.
A essa mistura, adiciono a minha constatação de quanto lixo é deixado pelas ruas de Cuiabá. Tem a sujeita que fica perto dos locais onde o caminhão do lixo supostamente recolhe o dito cujo e tem também a que é deixada pelas pessoas. Por exemplo, as proximidades do bar e restaurante Getúlio - um point da juventude "doirada" de Cuiabá, ou seja, de patricinhas e mauricinhos - estão sempre lotadas de garrafas de cerveja e todo o tipo de lixo nas manhãs de segunda-feira (principalmente).
Fica a pergunta: será que estamos dando conta de cuidar de nosso meio ambiente? Que jogue a primeira pedra quem realmente estiver com a consciência limpa!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A responsabilidade de cada um de nós

Ando tão de saco cheio da hipocrisia geral que não posso deixar de registrar o resultado da pesquisa da WWF-Brasil, citada pelo jornalista Thomas Traumann em seu boletim eletrônico "O Filtro". "O estudo, que englobou 2.002 pessoas, mostra que as pessoas das classes A e B desperdiçam mais água no banho e escovando os dentes e menos da metade separa lixo para reciclagem, noticia o G1. 'Não adianta fazermos todo esse esforço de novas áreas protegidas, de toda essa discussão de mudanças climáticas, se nós, como cidadãos, não estamos fazendo o nosso papel', disse a secretária-geral do WWF, Denise Hamú, referindo-se às três novas áreas de preservação na Amazônia criadas ontem pelo presidente Lula".
Já passou da hora de qualquer pessoa botar a mão na consciência (inclusive, eu) antes de criticar os outros pelos danos ao meio ambiente. Quais serão os hábitos como consumidor do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc? Será que ele é realmente um ecologista ou mais um a viver do marketing criado em torno dos "verdes"?

Feliz!

Hoje a minha mente está especialmente inquieta. Baseada em tudo que andei lendo e aprendendo recentemente (de várias fontes orais e escritas), procuro afastar os pensamentos negativos e me manter ligada às coisas boas, que me mantém viva e feliz.
É estranho como tenho medo de escrever a palavra "feliz". Por alguma razão que me escapa tenho medo de me declarar feliz, como se a felicidade fosse uma coisa inatingível e restrita a pessoas muito especiais (ou muito banais?) É como se tivesse um diabinho me dizendo: "Como você pode se sentir feliz se sabe que logo estará com a conta bancária vermelha?" ou "Como você pode se sentir feliz sabendo que pode morrer a qualquer momento e não tem a menor idéia do que lhe vai lhe acontecer?"
Ou seja, como ser feliz diante de tantas incertezas na vida? (suspiro) Eu estou feliz porque passei a penúltima noite com minha irmã de 83 anos em Campo Grande, um presente inesperado. Estou feliz porque ontem também tive um dia maravilhoso graças ao meu trabalho e ainda encontrei, por acaso, minha outra irmã, de 74 anos, no aeroporto de Campo Grande. Estou feliz porque minhas filhas ficaram bem durante a minha ausência. Estou feliz porque voltei às aulas de Yoga e porque sigo cantando no coral. Estou feliz PONTO.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Alegria de cantar

Já deu para sentir que esse mesmo de junho vai ser pauleira. Bastante trabalho, viagens (a trabalho) e apresentações do Coro Cantorum. E tem mais, junho é mês do meu aniversário (13). Não gosto de ficar mais velha, mas ao mesmo tempo conservo um certo prazer infantil de fazer anos. Não deixa de ser um dia especial, dependendo do ponto de vista. Posso pensar: "estou ficando mais velha!" ou posso pensar: "quanta coisa já vivi e como estou animada para viver outras tantas!" É claro que não é toda hora que me sinto tão otimista. Há momentos em que combino mais com a primeira opção. Mas, de modo geral, fico com a segunda opção.
Estou fugindo de um assunto muito delicado, que é a tortura de colegas jornalistas numa favela do Rio, mas neste momento quero mesmo é compartilhar a imensa alegria de participar do Cantorum. Na semana que vem teremos uma breve apresentação na Igreja do Rosário. Será na terça-feira, às 19h (horário a confirmar). Vamos cantar apenas três peças: uma da Idade Média, outra do período barroco e outra ... não consigo me lembrar agora. Ontem ensaiando a peça da Idade Média ("Maria Matrem") eu me senti uma monja cantando numa igreja medieval. Foi uma experiência incrível! As outras peças são mais vibrantes e alegres.
No dia 26, teremos uma apresentação mais completa com outros corais de Cuiabá e solos de vários cantores. Uma noite dedicada ao canto no Teatro da UFMT! Eu me sinto honrada de participar desse momento.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Minha reportagem

Hoje, no caminho de casa para o trabalho, pensei em vários assuntos dos quais gostaria de tratar: a tortura a jornalistas do jornal carioca O Dia, a matéria do Fantástico sobre crianças praticando box tailandês, etc. A maioria deles requer uma reflexão mais profunda, por isso vou me ater a contar que finalmente minha matéria finalista do Prêmio Massey Fergusson está no ar!
Quem tiver curiosidade de lê-la, assim como as duas outras finalistas na categoria Revista, é só visitar o blog do prêmio, uma idéia simpática dos organizadores, pois dá mais visibilidade a todos os trabalhos finalistas: http://www.massey.com.br/premiojornalismo/index.asp
Torçam por mim! Eu posso até dizer como muitos finalistas do Prêmio Tim de música, exibido ontem à noite pela Rede Globo, que "estar entre os finalistas já é uma grande honra", mas, no fundo eu quero mesmo é faturar o prêmio.